Cidade da Praia, 08 Out (Inforpress) – A deputada do PAICV Carla Lima defendeu hoje que a Câmara Municipal da Praia (CMP) tem trabalhado “incansavelmente”, dentro das suas possibilidades e competências, para garantir que não haja o “alastramento” da dengue na capital.

Esta deputada do maior partido da oposição falava à imprensa depois de ter visitado, juntamente com outros deputados deste partido, a Delegacia de Saúde da cidade da Praia para saber o ponto de situação do combate à epidemia de dengue e para perceber também as condições da equipa de saúde que dispõe.

Para o PAICV, nesta altura, após quase um ano desta doença, Cabo Verde já podia estar livre desta epidemia, se o Governo tivesse tomado, na altura, “medidas” que se impunham para combater o alastramento da mesma, mas afirmou que isso “não foi feito”.

Em relação às medidas que o Governo disse que ia tomar, no âmbito do plano de contingência, a mesma fonte avançou que têm sido “insuficientes”.

“Não há, neste momento, um combate sério tendo em conta que, por exemplo, as estruturas de saúde continuam com falta de pessoal, é preciso o reforço dos profissionais de saúde nos centros de saúde e nos hospitais, que tratam os casos de dengue”, afirmou, avançando que os centros estão "sobrecarregados".

Da mesma forma, sugeriu o alargamento do horário de atendimento nos centros de saúde de Ponta d’Água e Achada Grande Trás.

“Isso também depende da segurança dos profissionais e das pessoas que ali frequentam. E é algo que o Governo deve dar resposta e  arranjar seguranças e formas de proteger aqueles que trabalham nestas estruturas de saúde para que possam alargar o horário de atendimento de forma tranquila e sem risco”, sugeriu.

Carla Lima acrescentou ainda que é preciso, também, aumentar o número de agentes de luta anti vectorial, avançando que, neste momento, a cidade da Praia conta com 32 agentes.

Carla Lima considerou que o número desses profissionais é insuficiente para a demanda a nível da pulverização nos bairros e nas casas e, depois das chuvas, para o combate aos focos de mosquitos nos vários locais onde há água parada.

Continuou que “não há nada” até agora que indique que realmente esse plano de contingência tem efeitos práticos ou que vai ter algum efeito na diminuição da epidemia, ressaltando ainda que “não tem visto” acções práticas, neste sentido, por parte do Governo no combate à dengue na capital e em todo o Cabo Verde.

Por outro lado, enfatizou que o Governo e o partido que o sustenta, ao invés de promoverem uma parceria com as câmaras municipais, associações, empresas e outras instituições para o combate à dengue, preferem fazer “guerrilha” à Câmara Municipal da Praia.

Carla Lima afirmou que o Governo se recusa a trabalhar em “cooperação” com a câmara municipal, ao invés disso resolvem colocar a culpa desta epidemia, que neste momento está em 20 dos 22 municípios do país apenas na edilidade da Praia.

A deputada deu ainda exemplos de que este combate “não é sério”, afirmando que o Conselho Municipal de Saúde da Praia, que é composto pela delegacia, câmara municipal, empresas, associações e outras instituições, já propôs à ministra da Saúde, por três vezes, a realização de uma campanha de limpeza, como foi feito em 2009 durante a epidemia e que a mesma recusou esta proposta por três vezes. E questionou o porquê desta recusa.

“Não é séria a forma como o Governo tem lidado com esta questão e a Câmara Municipal da Praia é a maior visada”, finalizou.

DG/HF

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