Governo assinala necessidade de abordagem estratégica que permita segurança marítima desejável
SOURCE: [Expresso das Ilhas]
Myrian Vieira, ao presidir à abertura da conferência internacional sobre a “Segurança Marítima 2024: Inovações e Parcerias para o Futuro”, na cidade da Praia, realçou a aposta na segurança marítima através da cooperação em todos os domínios como fundamentais.
Disse que a localização geoestratégica de Cabo Verde, aliada a descontinuidade territorial e uma longa linha de costa, com uma dimensão marítima significativa de 734.265 quilómetros quadrados, sendo 182 vezes superior ao espaço terrestre, obriga a definir a economia azul como pilar estratégico de desenvolvimento.
Todavia, acentuou, o sucesso da estratégia está fortemente dependente do factor da segurança marítima que deveria ser vista como facilitador de desenvolvimento económico e da economia azul através de áreas especializada como a garantia da protecção de investimento do sector, particularmente as infra-estruturas de comunicação.
Para Myrian Vieira a protecção da biodiversidade, protecção das rotas de navegação no fornecimento de dados oceanográficos importante para indústria marítima e também no domínio científico através da investigação e pesquisa constituem outras esferas de expertise.
“A garantia da segurança marítima só é possível numa perspectiva holística integrada, ou seja, ao nível interno, regional e internacional”, frisou, considerando que por mais esforços que se faça ao nível interno contra actividades ilícitas, é importante envidar empenho regional e internacional.
Cabo Verde tem vindo a desenvolver com parceiros estratégicos para a segurança, disse, pautando por um novo paradigma de segurança do qual resultou nos tratados de fiscalização conjunta dos espaços marítimos sob jurisdição nacional.
Na sua intervenção, a secretária de Estado apontou o período crítico no que diz respeito aos conflitos armados, tensões geopolíticas, criminalidade organizada, crises sanitárias, alterações climáticas e poluição marinha como acontecimentos que requerem especial atenção dos Estados.
Os eventos de pirataria, assinalou, têm provocado alterações de rotas marítimas, repercutindo no aumento dos preços de mercadoria ou seguros nos transportes marítimos.
A situação de complexidade no domínio marítimo, dada a natureza das actividades ilícitas agravada pela dimensão e imprevisibilidade, exige, segundo a governante, uma profunda análise de forma a facilitar a redução dos desafios que impõem a segurança marítima.
Apesar dessa problemática ter tido um reflexo global, reflectiu o caso das regiões como a Ásia de Leste, o continente africano e a América Latina têm estado no centro das atenções sendo as regiões de maior ocorrência das principais actividades ilícitas.
Contudo, na sua opinião, a África merece uma atenção considerando as suas vulnerabilidades, o que tem atraído redes de criminosos e variedades como tráfico de drogas proveniente da América do Sul, da pirataria, migração clandestina e tráfico de humanos de África para Europa.
O contra-almirante Nuno de Bragança, coordenador do Centro do Atlântico, explicou que a conferência permite discutir o desenvolvimento e as oportunidades do mar na sociedade do Atlântico, debatendo sobre o desenvolvimento, segurança no espaço marítimo e soluções importantes nacionais, regionais e internacionais.
Neste sentido, o encontro procura manter Governos mais resilientes e capacitados para enfrentar os desafios e ameaças colocadas num “espaço onde aquilo que se desenvolve é comum a todos”.
A conferência “Segurança Marítima 2024: Inovações e Parcerias para o Futuro” tem a duração de dois dias e reúne entidades académicas, governamentais, militares e especialistas do sector para debater as melhores práticas de segurança marítima.
O encontro irá permitir, no quadro externo, buscar soluções para a segurança marítima sustentável e reforçar parcerias estratégicas e cooperações internacionais.