*** Por Feliciano Monteiro, da Agência Inforpress ***

Assomada, 08 Out (Inforpress) – A falta de iluminação tem deixado vários pontos de Santa Catarina em completa escuridão, situação que alguns moradores alegam tem contribuído para o aumento da sensação de insegurança e prejudicado a qualidade de vida dos munícipes.

Numa ronda feita na noite desta segunda-feira pela Inforpress a alguns bairros da cidade de Assomada, nomeadamente Assomada Centro, Espinho Branco, Achada Riba e Cumbém, e na vila de Ribeira da Barca, confirma-se que a maioria das ruas e becos está no escuro, não obstante haver postes de iluminação, mas com lâmpadas estragadas.

Conforme contaram à Inforpress alguns moradores e empresários das localidades de Ribeira da Barca, Mancholy e bairros de Bolanha e centro da cidade de Assomada, é crescente o número de postes sem iluminação pública em Santa Catarina, que tem deixando ruas, avenidas e becos em completa escuridão.

A deficiente iluminação pública, segundo alguns moradores destas localidades de Santa Catarina e bairros da cidade de Assomada, já se arrasta há anos, e tem gerado transtornos e medo no seio dos moradores.

Santa Catarina, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), tem uma população residente de mais de 37 mil habitantes, e cerca de 90 por cento (%) dos agregados familiares têm acesso à electricidade.

Na vila de Ribeira da Barca, um emigrante em férias considerou a situação “gravíssima”, e, assim como os demais residentes, criticou a falta de iluminação em diversas ruas e pediu a resolução deste problema que se arrasta há quase dois, isto porque, lembrou a população paga pela taxa de iluminação pública.

Segundo José António Martins e Manuel Geraldo Rocha, que falaram em nome da população, a maioria das ruas apresenta iluminação com problemas e há outras onde postes estão com lâmpadas apagadas há quase dois anos, causando diversos transtornos para a população.

A “ausência da iluminação pública”, conforme Luís António Martins, tem provocado medo nos moradores, tendo em conta a onda de assaltos que tem ocorrido ultimamente, sobretudo em casas de emigrantes.

É que, segundo ele, tendo em conta que a maioria da população emigrou as ruas ficam desertas à noite, e com a deficiente iluminação pública as pessoas ficam com medo de deambular pelas ruas.

“Já faz muito tempo que pedimos a solução desse problema, que se arrasta por mais de dois anos, mas até agora nada”, lamentaram os entrevistados da Inforpress, acrescentando que o mesmo é do conhecimento da empresa responsável.

Os dois homens do mar mostraram-se preocupados com os postes de iluminação na orla marítima, que segundo dizem, além de não funcionarem representam perigo para quem por lá passar, mormente crianças, porque pode causar choque eléctrico, sobretudo em época das chuvas.

Revolta compartilhada por Nila Varela, de Mancholy, e Evelise Santos e Mónica Borges, moradoras do bairro de Bolanha, em Assomada.

“Pagamos a taxa de iluminação pública e não temos retorno”, dizem insatisfeitas, já que conforme contaram há anos que as lâmpadas estão queimadas e a iluminação é deficiente, e sem previsão de reposição.

Estas jovens que buscam o sustento da família vendendo carregamento de saldos na Praça Central de Assomada, e que regressam à casa muitas das vezes à noite, também são da opinião que vias públicas e espaços públicos com pouca ou nenhuma iluminação intensificam a criminalidade e insegurança.

"É um perigo sair na rua à noite. Temos medo, a realidade é essa", desabafou Mónica Borges, que assim como as colegas admitiu que não tem participado em actividades ou passeios com a sua família com medo se ser assaltada.

Ou seja, segundo as mesmas, se a iluminação pública, um serviço pago, serve para “conforto e segurança”, mas, no entanto, em Santa Catarina, é sinónimo de “mal-estar e insegurança”.

No centro da cidade de Assomada, além da reclamação em relação a postes sem iluminação, em algumas ruas e becos, alguns citadinos e empresários locais pedem colocação de novos postes.

A situação da falta e iluminação deficiente, segundo o empresário Pedro Delgado, tem prejudicado bastante o seu negócio.

A situação já dura anos, mesmo após o problema ter sido relato à empresa EDEC, lamentou o dono da pizzaria, que pondera colocar postes de iluminação pública por conta própria, visando reforçar a segurança nessa rua onde estão também instaladas duas instituições públicas – Rádio e Televisão de Cabo-verdiana (RTC) e delegação da Direcção-Geral dos Transportes Rodoviários.

Daí pediu à Empresa de Distribuição de Electricidade de Cabo Verde (EDEC), antiga Electra, para resolver este problema, até porque há relatos de assaltos na rua que vai ao mercado municipal de Assomada.

“A iluminação pública é fundamental, porque contribui para a nossa segurança, para o desenvolvimento de uma ou outra actividade nocturna e também para a própria beleza da urbe”, afirmou o sociólogo e activista social Henrique Varela, ouvido pela Inforpress a propósito da situação.

Corroborando com os entrevistados da Inforpress, observou que a “ausência” deste serviço pago faz com que a população fique duplamente em desvantagem, ou seja, não usufrui de um serviço que paga mensagem e ainda corre o risco de ser assaltada à noite.

Perante tudo isso, juntou a sua voz à dos populares pedindo à empresa para resolver o problema o mais rapidamente possível e atender a demanda da população.

Em Santiago Norte, outros municípios também estão com a iluminação escassa e ruas e becos com lâmpadas queimadas, relataram à Inforpress alguns dos seus moradores, que também reconhecem que a falta desse serviço pago, afecta a vida e a segurança dos seus conterrâneos.

Contactada pela Inforpress, a ADEC prometeu emitir uma nota de imprensa, através do seu Gabinete de Comunicação e Imagem, após inteirar-se da situação.

FM/CP

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