O ministro da Educação, Amadeu Cruz, destacou esta segunda-feira o papel desempenhado pelas famílias, professores e Governos no combate ao analfabetismo e sublinhou que Cabo Verde não tem analfabetos na faixa etária abaixo dos 25 anos.

O governante, que falava aos jornalistas depois de presidir à abertura da II Conferência Internacional sobre a Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), sublinhou que Cabo Verde eliminou a questão do analfabetismo.

“Praticamente nós não temos analfabetos na faixa etária abaixo dos 25 anos e mesmo acima dos 30 anos a taxa de analfabetismo é extremamente baixa”, assegurou o ministro que enalteceu o papel que os professores, os governos e, particularmente, as famílias tiveram para que o país alcançasse este avanço.

Segundo o governante, a sociedade cabo-verdiana está hoje “bastante” alfabetizada ao nível dos países mais avançados, graças ao papel fundamental que as famílias têm desempenhado no desenvolvimento escolar e com o investimento feito ao colocarem os seus filhos nas escolas e universidades.

Entretanto reconheceu que existem ainda desafios a nível da superação técnico profissional para não deixar ninguém para trás, mas também dos estudantes que não concluíram o ensino básico obrigatório que vai até ao 8º ano de escolaridade e o 12º ano.

Garantiu que o Governo tem neste momento políticas assertivas e abrangentes para atender às necessidades educativas deste público alvo.

Para o ministro da Educação, os países da comunidade, sobretudo os africanos, precisam de políticas activas de Educação que beneficiem, fundamentalmente, as meninas e não deixe ninguém, apesar de muitos viverem em contexto de crises, guerra, conflitos, seca e de doenças que impedem crianças de ingressarem no sistema.

“Nos temos de fazer um esforço, aqui em Cabo Verde assim como em outros países, para ultrapassamos as incidências negativas da covi-19, por exemplo, mas é preciso estarmos empenhados, evitar entrar em conflitos desnecessários, ter moderação e tolerância.

Aqui em Cabo Verde apelar à moderação, equilíbrio e ao bom senso para podermos continuar com estes ganhos que temos dentro no sistema educativo cabo-verdiano”, apontou

Por seu turno, o director de Acção Cultural Língua Portuguesa (SECPLP), João Boaventura Ima Panzo, considerou que investir na Educação, particularmente na alfabetização é assegurar um caminho de inclusão, promover a justiça social e abrir portas para um mundo mais próspero e justo.

Segundo disse, cerca de 750 milhões de jovens e adultos ainda não dominam habilidades básicas de leitura e escrita, e dentro deste contexto global a CPLP representa aproximadamente 4,67% deste total, com uma estimativa de 30 a 35 milhões.

Globalmente, cerca de 2/3 dos analfabetos são mulheres e este padrão reflecte-se  também nos países da CPLP.

Para este responsável, enfrentar os desafios do analfabetismo é promover a Educação de qualidade e requer um esforço, compromisso, colaboração e inovação de todos.

João Boaventura Ima Panzo disse ainda esperar que este encontro sirva para que os Estados-Membros avancem na luta contra o analfabetismo e na promoção da educação inclusiva e equitativa.

Na mesma linha, alargar a rede de cooperação na área da Educação de jovens e adultos através de parcerias e instituições públicas com instituições públicas e privadas, sociedade civil ou organizações internacionais.

A conferência decorre de 09 a 11 deste mês e tem como foco promover a partilha de melhores práticas e discussão técnica sobre a Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos, com enfoque no empoderamento das mulheres.

 

A Semana com Inforpress