Cidade da Praia, 09 Set (Inforpress) – O presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV - oposição), Rui Semedo, considerou hoje que a auscultação da proposta dos partidos políticos para marcação da data das eleições autárquicas de 2024, poderia acontecer mais cedo.

O líder do principal partido da oposição transmitiu esta preocupação, à saída de um encontro com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, para a apresentação de possíveis datas para a realização das eleições autárquicas deste ano.

Conforme avançou, esse encontro já deveria ter acontecido, aliás frisou que o chefe do Governo já tinha anunciado que este encontro aconteceria em Agosto, razão pela qual defendeu estar a ser realizado “um pouco tarde”.

“Estamos com alguma fragilidade no cumprimento das datas, é uma questão ocorrente”, apontou Rui Semedo, acrescentando que caso esta audição fosse realizada no mês de Agosto, os partidos teriam mais alternativas na escolha e apresentação das datas.

Segundo o presidente do PAICV, os partidos da oposição ficaram sem oportunidade de colocar sobre a mesa as várias e possíveis datas para este pleito eleitoral, visto que devem acontecer nos próximos 70 dias, após a marcação da data pelo primeiro-ministro, e, tendo em conta o calendário, defendeu que poderiam acontecer na última semana de Novembro.

Porém, considerou não ser muito aconselhável, tendo em conta que naquela altura se comemora as festas dos municípios de Santa Catarina de Santiago e do Fogo.

Assim sendo, disse que a proposta do PAICV vai no sentido de as eleições acontecerem no dia 01 de Dezembro, para não se aproximar mais ainda das festas de Natal e do fim do ano, altura em que os cabo-verdianos estarão ocupados com mais outras coisas.

Rui Semedo frisou, por outro lado, que os partidos políticos ficaram condicionados com este momento da audição, cenário que admitiu só beneficia o Governo, enfatizando que o elenco governamental tem vindo a realizar uma intensa digressão às ilhas para apresentação das suas candidaturas.

“O que significa que se mistura um pouco a utilização dos recursos públicos, no âmbito destas eleições. Deveríamos trabalhar, no sentido de melhorar a qualidade da nossa democracia e também estabelecer igualdade de circunstância entre os concorrentes e, nestes casos, os concorrentes serão os partidos políticos e os grupos de cidadãos”, realçou.

Justificou ainda que quanto mais cedo se marcar a data das eleições, mais possibilidade se dá aos partidos para se programarem, e também de controlar os actos públicos.

PC/CP

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