Numa nota enviada, o artista explicou que o espectáculo é inspirado na vida e obra de Amílcar Cabral.

Neste espectáculo, o artista Djam Neguin pretende explorar os episódios da existência e da ideologia emancipatória e ecológica de Amílcar Cabral, a partir do uso de dispositivos multimídia e da inteligência artificial, tensionando o real e o virtual, o humano e o pós-humano.

“O projecto visa a pesquisa e criação de um objecto artístico de cruzamentos disciplinares”, sublinha a mesma fonte.

O espectáculo, conforme realçou, desenvolve no âmbito das comemorações mundiais do Centenário de Amílcar Cabral, que coincide com os 50 anos do 25 de Abril, e em 2025, o ano da libertação das colónias”.

“Assim, constitui-se como uma oportunidade de reatualizar (sobretudo às novas gerações) o legado desta figura excecional de pensamento político arrojado e de impacto histórico na ruptura definitiva com o Estado colonial português e do impulso à reparação e à organização das lutas emancipadoras que conduziram à libertação dos Povos de Angola, de Cabo Verde, da Guiné-Bissau, de Moçambique e São Tomé e Príncipe”, destaca.

O espectáculo, segundo apontou, será feito com recurso à análise documental e bibliográfica, conversas e entrevistas, serão apontados os momentos centrais da sua existência e principais ideologias e feitos, como bussolares para a composição dramatúrgica.

“Consequentemente, o desafio estético (e inovador) será a reconstituição imagética de Cabral com recurso aos softwares de Inteligência Artificial, por meio da composição tridimensional virtual da sua figura. Com efeito, este servirá de base para todo um design de cenários virtuais, que através da tecnologia VR, dispositivos MetaClasses, body e face tracking serão, posteriormente, projetados em tempo real”, revela.

A mesma fonte reforçou que o projecto estrutura-se na ponte com a tecnologia, usufruindo desse mecanismo de rápida partilha para fazer uma viagem pelos valores de Amílcar Cabral e pelas muitas causas partilhadas pelas nações africanas na luta anti colonialista europeia.

“Os espectáculos como este são a defesa de que somente a leitura e percepção corretas e verdadeiras dos factos históricos poderão mitigar e, possivelmente, superar os impactos dos erros e das violências do passado, influenciando o presente e o futuro”, acrescenta.