Cidade da Praia, 02 Abril (Inforpress) – O Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje, na cidade da Praia, que deve existir sempre uma “conjugação virtuosa” entre Portugal e Cabo Verde e vice-versa.

A afirmação foi feita à imprensa no âmbito de um encontro com o seu homólogo cabo-verdiano, José Maria Neves, que antecedeu a deposição de uma coroa de flores no Memorial Amílcar Cabral.

O Presidente português, que se encontra de visita oficial a Cabo Verde tendo como propósito a participação nas celebrações do cinquentenário da libertação dos presos políticos do Campo de Concentração do Tarrafal, evento ocorrido na quarta-feira, 01, realçou a “boa relação” dos dois países desde a independência, sublinhando que a democracia tem “grandes virtualidades”.

“E disso nos aproximamos, cabo-verdianos e portugueses, é que a democracia tem uma amplitude que permite compreender a diferença que há entre a democracia e a ditadura, sendo a ditadura o silenciamento, por não haver confronto ou vários pontos de vista”, afirmou.

“Não foi por acaso que o primeiro-ministro português escolheu como primeira visita fora das incumbências europeias logo após assumir as suas funções a vinda Cabo Verde, não foi o acaso a visita de Estado do Presidente da República de Portugal a Cabo Verde para participar dessa celebração no dia de ontem, (…) que o Presidente de Cabo Verde tenha estado em Lisboa para assinalar uma comunhão de passado e acima de tudo do presente e do futuro e outros espaços”, reforçou o Presidente de Portugal.

Isto significa, conforme Marcelo Rebelo de Sousa, o dever de os dois países irem sempre mais longe para terem noção das razões do passado e justificarem os desafios do futuro, e que compete aos chefes de Estado “acompanharem, apoiarem, simularem e incentivarem”. 

“(…) E esta conjugação virtuosa tem sempre que existir entre Cabo Verde e Portugal e Portugal Cabo Verde e vai continuar a existir e vamos mais longe porque esses dois povos têm ido mais longe. Nós seguimo-los nas suas necessidades, nos seus anseios, nas suas histórias, e é essa a nossa função", considerou.

Por seu lado, o Presidente José Maria Neves disse que Cabo Verde e Portugal constituem nas suas relações uma “enorme referência”, porque assumirem “tudo fazer para se curarem das feridas do colonialismo fascista”.

“E esta visita é um exemplo, porque o engajamento cívico nestes tempos mais difíceis, mais controlados é muito importante para aumentarmos as nossas relações de amizade e de cooperação, mas também para continuarmos a curar as feridas do país colonizador e as feridas do país colonizado”, argumentou.

Por fim, disse esperar que os dois países possam também comemorar juntos os 50 anos da independência de Cabo Verde para mostrar que “um futuro diferente sem as feridas do passado é possível”, tendo considerado que as relações entre Cabo Verde e Portugal são relações que já atingiram um patamar “muito elevado”.

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