O ex-presidente norte-americano e recandidato ao lugar Donald Trump foi hoje multado em 9.000 dólares (8.395 euros) por desrespeito ao tribunal e foi ameaçado pelo juiz com “prisão” por ter violado a proibição de atacar testemunhas e jurados.

Donald Trump “é avisado de que o tribunal não tolerará a continuação de violações deliberadas das suas ordens e que, se necessário e apropriado, irá impor uma pena de prisão”, escreveu o juiz Juan Merchan, numa decisão hoje proferida.

O juiz Juan Merchan, que preside ao julgamento por falsificação de registos contabilísticos que Donald Trump está a enfrentar num tribunal de Nova Iorque, considerou que o ex-presidente dos Estados Unidos violou a chamada “ordem de mordaça” ao fazer várias declarações públicas na sua rede social, a Truth Social, e no ‘site’ da sua campanha para as presidenciais deste ano, nas quais atacou as testemunhas que participam no julgamento.

No início da audiência de hoje de manhã do julgamento, que entrou na terceira semana, o juiz multou Trump em mil dólares por cada infração – nove no total – o máximo permitido por lei.

Trump está a ser julgado por 34 falsificações de documentos contabilísticos alegadamente utilizados para ocultar um pagamento de um escândalo sexual que terá ocorrido antes da campanha presidencial de 2016.

Uma verba de 130.000 dólares (121.000 euros) terá sido paga à antiga estrela de filmes pornográficos Stormy Daniels para a silenciar acerca de uma relação sexual que terá acontecido em 2006, quando Trump já era casado com a sua mulher Melania. O antigo chefe de Estado norte-americano nega a relação.

Antes do início do julgamento, o juiz proibiu Donald Trump de atacar publicamente as testemunhas e os jurados para evitar o risco de intimidação.

Regularmente através da sua rede social Truth Social, Trump não tem poupado nas investidas designadamente contra Stormy Daniels e o seu ex-advogado Michael Cohen, que se tornou seu inimigo declarado e testemunha-chave da acusação.

Outro alvo tem sido Jesse Watters, apresentador do canal televisivo Fox News, com Trump a afirmar, sem provas, que “estão a escolher ativistas progressistas infiltrados que mentem ao juiz para fazerem parte do júri”.

No dia seguinte a esta declaração do ex-presidente, uma jurada desistiu do processo, alegando receio de ser reconhecida.

TN com informações da Lusa