São Filipe, 30 Abr (Inforpress) – A construção da central solar com capacidade de 1.4 megawatts e com baterias de dois megawatts/hora vai mudar a ilha em transição energética, disse hoje o presidente do conselho de administração da Electra.

Segundo Luís Teixeira, trata-se de um projecto do Governo que representa “mais ou menos a metade da produção actual da ilha” e com “muito impacto”, sobretudo na transição energética e na diminuição de entrada e consumo de combustível na ilha.

Luís Teixeira disse que a parte dos painéis solares foi lançada um concurso e com um vencedor e o empreiteiro confirmou, já que as obras começarão em meados de Junho/Julho, na localidade de Patim, zona sul do município de São Filipe, onde será localizada a central.

Em relação às baterias disse que se está neste momento no processo de lançamento de concurso público para selecção do fornecedor.

Luís Teixeira disse que a Electra é apenas um comprador da energia que será produzida e que quem tem estado a liderar todo o processo é o Governo e, por isso, escusou-se em avançar o valor do financiamento.

Por outro lado, o presidente do conselho de administração da Electra, que se encontra na ilha do Fogo para inaugurar a loja dos Mosteiros, disse que a empresa está a montar um “grande projecto” com o governo para mudança de todas lâmpadas, fazendo a transição das lâmpadas de vapor de sódio e mercúrio para led, como aconteceu nas ilhas do Sal e Santiago (Praia) e com “ganhos significativos”, com poupança de “mais de 50 por cento (%)”.

Segundo o mesmo, alguém tem de pagar a iluminação pública e hoje são os munícipes que pagam e quando menos energia for gasta com “iluminar Cabo Verde” menos custos terão.

“Em Cabo Verde temos uma coisa que chamamos de ‘scada’, centro nacional de despacho, que faz monitorização do sistema eléctrico e neste momento só temos em três ilhas, Santiago, Sal e São Vicente, e estamos em fase de levá-lo para as outras ilhas, incluindo o Fogo”, avançou Luís Teixeira, esperando que “muito em breve” a ilha possa ser integrada no sistema.

A mesma fonte reconheceu que a iluminação pública é sempre um problema porque as pessoas pedem um posto junto à casa delas, acrescentando que não pode ser vista nesta perspectiva.

“Na ilha do Fogo temos cerca de 4.200 pontos de iluminação pública com um rácio de 12 pontos para cada 100 mil habitantes. É um número razoável, mas precisamos melhorar e estamos num processo de reforço da iluminação” destacou Luís Teixeira.

Por fim, indicou que os pontos que ainda não tem iluminação serão contempladas e nas zonas com lâmpadas avariadas irá fazer a manutenção e substituição, referindo que a empresa recebeu um “bom stock” de lâmpadas, mas para todo Cabo Verde.

JR/AA

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