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Primeiro foi Cabo Verde a desmentir e um dia depois Angola. Ambos os países negam contactos com o governo britânico para acolherem imigrantes ilegais repatriados do Reino Unido.

Esta quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores de Angola informou, em comunicado, “que o executivo angolano desmente qualquer contacto com o governo britânico neste sentido”.

Cabo Verde também tinha reagido com um primeiro comunicado governamental a esclarecer que “o assunto nunca foi abordado” e que o Governo não aceita discutir o acolhimento de migrantes do Reino Unido. Depois, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, em declarações à Rádio Cabo Verde reafirmou essa posição.

“Cabo Verde em nenhum momento foi contactado pelas autoridades do Reino Unido e não há também, do lado de Cabo Verde, nenhum comprometimento, nem hoje, nem no futuro, relativamente a essa matéria. Portanto, nós estranhamos que este tipo de informação seja colocado a circular sem qualquer base de veracidade”, indicou Ulisses Correia e Silva.

Na segunda-feira, o jornal britânico The Times noticiou que Cabo Verde e Angola estariam numa lista de países que poderão ser abordados pelo Reino Unido, caso falhem as negociações com países como a Costa Rica, Arménia, Costa do Marfim e Botsuana para o envio de migrantes. O objectivo é repetir o mesmo tipo de acordo que se fez com o Ruanda. As autoridades ruandesas aceitaram receber centenas de requerentes de asilo nos próximos cinco anos em troca de quase 500 milhões de libras.

Esta proposta de lei do governo britânico para deportar imigrantes ilegais para o Ruanda voltou à Câmara dos Comuns para novos debates e votações a emendas aprovadas na Câmara dos Lordes. O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, defende que esta é uma forma de dissuadir as pessoas que atravessam o Canal da Mancha em pequenas embarcações como barcos insufláveis. Os primeiros voos de deportação para o Ruanda poderiam acontecer ainda na primavera, algo que poderá ser usado como argumento de campanha para as próximas eleições legislativas.

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