São Vicente: Profissionais da saúde prometem continuar a luta mesmo com “requisição civil exagerada”
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São Vicente: Profissionais da saúde prometem continuar a luta mesmo com “requisição civil exagerada”

Os profissionais de saúde em greve, em São Vicente, garantiram hoje que vão continuar a luta e fazer valer os seus direitos, mesmo com a “requisição civil exagerada" emitida pelo Governo para garantir os serviços mínimos.

Os funcionários dos diferentes centros de saúde e do Hospital Baptista de Sousa, trajados a negro, reuniram-se na manhã de hoje em frente à Delegacia de Saúde de São Vicente empunhando cartazes com dizeres como “Mais profissionais, menos sobrecarga”, “Mais dignidade no local de trabalho”, “Não à destruição do Serviço Nacional de Saúde”, entre outros.

Uma atitude, que segundo adiantou à imprensa o representante dos sindicatos dos médicos, Tito Rodrigues, mostra o “desagrado” da classe reunida agora para um “marco importante” na história do País, a primeira greve nacional dos profissionais de saúde, indicou.

“É algo que os sete sindicatos que estão unidos tentaram evitar ao máximo, mas fomos realmente forçados pelo Governo a fazer essa greve”, sublinhou a mesma fonte, que assinalou motivos como atrasos na resposta às reivindicações e ainda uma postura “altamente incorrecta” do executivo.

Tito Rodrigues lembrou que as negociações decorrem desde Novembro de 2023, inclusive com novos episódios nos últimos dias com a reunião de concertação, que “ainda assim não foram cumpridos pelo Ministério da Saúde”.

“Penso que hoje temos uma resposta clara da determinação dos profissionais da saúde, da vontade em exigirem os seus direitos e melhor sistema de saúde”, considerou, com referência à adesão que, a seu ser, poderia ser maior, não fosse a “requisição civil exagerada”.

Daí, o descontentamento pelos moldes como foi apresentado a requisição, mas, mesmo assim, Tito Rodrigues declarou que todas as intervenções inadiáveis vão ser realizadas pelos profissionais, que garantem os serviços mínimos.

No terreno, a Inforpress constatou que à volta do Hospital Baptista de Sousa e dos centros de saúde reina um ambiente de serenidade em relação ao atendimento, que, por exemplo, nos centros de saúde, têm de serviço pelo menos um médico, um enfermeiro, secretária e segurança.

Mas estes actuam, segundo informações recolhidas no local, somente para situações de emergência, que não abrangem, por exemplo, a medição da glicemia, que foi negado a uma idosa que afirmou à Inforpress que não tinha conhecimento da greve.

Tito Rodrigues afirmou que a requisição civil não vai afectar no impacto da greve, porque mesmo as pessoas requisitadas estão engajadas na luta, que “não é só dos médicos e enfermeiros”, mas também de todos os técnicos e trabalhadores do sector.

Neste momento, conforme a mesma fonte, aguardam uma resposta do Governo para se sentarem à mesa, mais uma vez, e discutirem os diversos problemas da classe, que “devem ser resolvidos”.

Além da concentração à frente da Delegacia de Saúde de São Vicente, o grupo também realizou uma marcha pacífica por algumas artérias da cidade do Mindelo, para depois regressarem ao mesmo ponto.

A greve deverá continuar até sábado, 03 de Agosto.

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