A dirigente sindical Maria de Brito afirmou hoje que os profissionais de saúde foram “empurrados” para a greve que acontece em todo o país, por “incumprimento de acordos por parte do Governo”.

A presidente do Sindicato dos Transportes, Comunicações e Administração Pública (Sintcap), que apoia a greve no Sal, fez essa afirmação no momento da concentração dos profissionais da saúde em frente ao Hospital Regional Ramiro Figueira, de onde partiram para uma manifestação pelas artérias da cidade de Espargos.

Maria de Brito, ao dirigir-se à população salense, disse que o pessoal que trabalha no sector de Saúde tem vindo a “arrastar a decisão” de partir para greve por causa da sensibilidade do serviço que presta.

“Infelizmente já não dá para suportar mais e o motivo que nos levou a chegar a esta medida é precisamente o incumprimento do Governo com relação ao acordo que foi assinado no dia 14 de Novembro de 2023”, explicou.

A mesma fonte adiantou que na ilha do Sal a adesão à greve ronda os 80 por cento (%), porque “o descontentamento é generalizado”, não obstante a requisição civil.

A presidente do Sintcap afirmou que os profissionais vão estar firmes durante estes dias, mas que o resultado vai depender do impacto da requisição civil a nível nacional

Destacou que o Hospital Regional Ramiro Figueira não aparece na lista da requisição civil, mas afirmou que pela responsabilidade dos profissionais, e não colocando em causa a saúde pública, decidiram deixar um número mínimo de profissionais para casos de máxima urgência.

Uma vez que a greve abrange todos os profissionais de saúde, a enfermeira Eunice Fortes apontou o “grande descontentamento” da classe como principal motivo para adesão à greve.

“Temos um ambiente de trabalho não dignificado e estamos a reclamar pela falta de profissionais, melhores condições de trabalho, melhor salário assim como acordos que foram feitos entre os sindicatos e o Governo que não foram colocados em prática”, sublinhou.

Publicação do Plano de Carreiras, Funções e Remunerações (PCRF) na carreira médica e de enfermagem e negociações do enquadramento na carreira funcional são outras reivindicações dos profissionais de saúde.

A Inforpress constatou no local que apenas a Delegacia de Saúde do Sal está totalmente paralisada e que os profissionais do Centro de Saúde de Santa Maria não puderam aderir à greve porque todos foram requisitados.

 

A Semana com Inforpress