O Ministério Público pediu hoje a condenação do médico e ex-candidato a Presidente da República Gilson Alves em três crimes, um de ameaça, um de ofensa simples e um outro de homicídio simples na forma tentada.Os factos ocorreram na localidade de Chã de Alecrim, entre Março e Junho de 2023, na sequência de desentendimentos entre o arguido e Jacinto Pereira, conhecido como Djassa, com relatos de agressão física e uma tentativa de homicídio com arma de fogo.As alegações finais do processo decorreram hoje no 2.º Juízo do Tribunal da Comarca de São Vicente e ficaram marcadas, no entanto, pela divergência entre o arguido e o advogado que o defende neste caso, no momento em que o causídico solicitou a absolvição de Gilson Alves em dois crimes e condenação no crime de ofensa simples à integridade física.De imediato, o arguido manifestou-se e disse ao tribunal que não concorda com a posição do seu advogado.“Não posso ser condenado neste crime porque agi em legítima defesa, e nem nos outros”, declarou Gilson Silva, antes mesmo de o juiz o autorizar a proferir as últimas palavras em sua defesa.A sessão de hoje iniciou-se, no entanto, com o Ministério Público a proferir que todos os factos arrolados na acusação foram provados durante as sessões de discussão e julgamento.Assim, a magistrada do Ministério Público pediu a condenação do arguido nos “precisos termos” da acusação, ou seja, pela prática e autoria material na forma consumada de um crime de ameaça, um crime de ofensa simples e um outro de homicídio simples na forma tentada.O advogado de defesa do ofendido Jacinto Pereira nas suas alegações subscreveu “na íntegra” o posicionamento do Ministério Público e reforçou a ideia de que “está tudo provado” e que Gilson Alves deve ser condenado nos três crimes em que está acusado.A defesa de Gilson Alves, assegurada pelo advogado Armindo Gomes, por seu lado, discordou dos pedidos de condenação nos crimes de ameaça simples e homicídio simples na forma tentada, “porque não ficaram provados”, mas concordou que ficou provado que o seu constituinte atingiu o ofendido Jacinto Pereira com dois golpes de arma branca, no caso uma barra de ferro, daí ficar consumado o crime de ofensa simples à integridade física.Cabe agora ao juiz analisar e proferir a sentença, que ficou agendada para o dia 31 de Outubro, às 11:00.Gilson Alves, médico, que foi candidato a Presidente da República de Cabo Verde em 2021, tendo alcançado 0,8 por cento (%) dos votos, já cumpriu 11 meses de prisão preventiva, mas neste momento encontra-se a aguardar o julgamento em liberdade, na sequência da mudança da medida de coação, ocorrida a 14 de Maio.AA/CPInforpress/Fim