Fogo, 29 Abr (Inforpress) – O livro “A criação do cavalo em Cabo Verde: do passado ao presente”, do autor João Lopes da Silva, foi apresentado hoje em São Filipe, Fogo, e retrata o percurso histórico do surgimento e da permanência de cavalos no País.

Em declarações à Inforpress, o apresentador da obra, Fausto do Rosário, explicou que o livro faz uma compilação rica de ilustrações e de dados que remontam os 500 anos, permitindo também perceber determinados momentos de saltos qualitativos que aconteceram ao longo destes séculos.

Simultaneamente, a obra didáctica e pedagógica de 288 páginas, ensina um conjunto de práticas que devem ser adoptadas pelos que se dedicam à prática e funciona como um manual de iniciação para aqueles que pretendem apostar na criação de cavalos, sublinhando que a introdução do animal foi durante o período da colonização portuguesa.

“É um excelente instrumento porque a linguagem utilizada não é aquela língua hermética tipicamente das publicações científicas. É uma linguagem pedagógica, didáctica muito fluente, digamos que é aquele tipo de linguagem do dia-a-dia” disse, avançando que permite ao leitor ler e aprender sobre a matéria.

Segundo o investigador, os primeiros animais de sangue “berbere” teriam vindo da costa da África, mais precisamente de Marrocos.

O livro, ressaltou, faz ainda uma chamada de atenção para a necessidade de criar uma associação ou federação hípica para a determinação de variantes ou tipos de cavalos que se adaptam melhor a Cabo Verde, possibilitando assim a participação do País em competições internacionais e provas olímpicas.

“Portanto é um livro que lança pistas e sugere aquilo que pode ser feito no futuro”, enalteceu, defendendo esforços conjuntos e uma programação muito bem delineada quer ao nível das entidades governamentais, associações e criadores.

O autor João Lopes da Silva avançou que optou por escrever o livro num momento de preocupação com a preservação do património histórico e cultural do País, e que percebeu a qualidade da genética dos animais da ilha em 1955 durante um estágio em Portugal.

De acordo com o autor, deram entrada seis animais, sendo que dois morreram e quatro deixaram filhos que constituem hoje a base da criação de diversos cavalos da ilha.

“O cavalo árabe é um cavalo de história, foram os que deram entrada em 1955, são animais que deram prova em Cabo Verde que resistem à má alimentação, ao clima, e por isso temos de preservar a história desses cavalos” sublinhou, pedindo ao Estado que aposte na formulação de um livro genealógico para dar credibilidade à raça.

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