O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu ligeiramente em baixa a projeção de crescimento da economia brasileira, de 2,2% há três meses para 2,1%, no relatório anual divulgado na quinta-feira.

A instituição destacou a força da economia brasileira e elevou a previsão para o produto interno bruto (PIB) da maior economia da América Latina a médio prazo de 2,0% para 2,5%.

O crescimento do Brasil vai abrandar de 2,9% em 2023 para 2,1% este ano, em resultado de uma política monetária ainda restritiva, de um défice orçamental menor e das perdas resultantes das graves inundações no estado do Rio Grande do Sul em abril e maio, de acordo com o FMI.

Para a expansão deste ano vai contribuir a normalização da produção agrícola, a produção recorde de hidrocarbonetos e a resiliência do setor dos serviços, que representa cerca de 70% do PIB do Brasil.

"O consumo foi sólido, num contexto de um mercado de trabalho apertado e de um estímulo fiscal considerável. A atividade económica no início de 2024 manteve-se sólida", afirmou o FMI no relatório.

Quanto ao crescimento a "médio prazo", o FMI disse que a revisão em alta de 0,5 pontos percentuais vai ser impulsionada pelos ganhos de eficiência da reforma fiscal, aprovada no ano passado, que instituiu a criação de um imposto de valor acrescentado (IVA), e pela produção de petróleo, que deverá continuar a expandir-se.

"O investimento em oportunidades de crescimento verde poderá aumentar ainda mais o potencial económico", acrescentou.

O FMI estimou que a inflação, de 4,62% em 2023 e que nos últimos 12 meses até junho caiu para 4,23%, siga esta tendência e se situe nos 3% em termos anuais no primeiro semestre de 2026, também objetivo do governo do Presidente do país, Luís Inácio Lula da Silva.

O Ministério das Finanças do Brasil salientou em comunicado que o FMI destacou no relatório várias medidas positivas para a evolução da economia do país.

"A avaliação do corpo técnico do FMI, endossada pelo conselho de administração, destaca que a economia brasileira está numa trajetória de maior crescimento e queda da inflação, com um quadro fiscal equilibrado, contas externas robustas e um sistema financeiro sólido", disse António Freitas, subsecretário de Finanças e Cooperação Internacional do Ministério.

A Semana com Lusa