Mindelo, 13 Jul (Inforpress) - A 12ª edição do Kavala Fresk Feastival arrancou hoje com animação da Banda Municipal, quando ainda havia gente a vender peixe para garantir cavala, ingrediente básico do festival, aos mais de 40 espaços de restauração inscritos.

Com partida do Mercado de Peixe, até o cais do Porto Grande, a animação foi o chamariz que levou gente de todas as idades à Avenida Marginal rendendo-se ao som do hino “Oli Kavala Fresk”.

Paralelamente ao desfile, os restaurantes, cujos espaços estão este ano esteticamente melhor organizados, iniciavam os preparativos para a confecção dos pratos, cada um com a sua criatividade no menu.  

Integrada nas programações do Kavala Fresk Festival, foi inaugurada a exposição “Olim”, de Amândio Oliveira, no Centro Cultural do Mindelo.

Conforme a Mariventos, empresa organizadora do festival, trata-se de uma mostra de quadros que marca o regresso do artista à actividade e que representa um “chamado atendido” e uma afirmação de identidade após dez anos de ausência de exposições, os quais foram preenchidos por uma “imersão profunda” em emoções e histórias que agora estão reflectidas em telas distintas.

Segundo o autor, Amândio Oliveira, é uma exposição com 15 quadros que não tem um fio condutor, mas cada um com seu tema e sua melodia completa uma polifonia de cores.

“Provoca reflexões sobre preconceitos, estigmas sobre a masculinidade e identidade de género. São quadros sobre afecto, amor, diversão, actividades lúdicas e homenagens e que retratam temas sobre luta para o sustento” explicou o artista, que passou dois meses e meio a produzir este trabalho.

Também no Centro Cultural do Mindelo deu-se início ao concurso kavala más sabe (cavala mais saborosa), avaliado pelo chefe marroquino Tarik Benjal, por uma representante da Universidade Técnica do Atlântico (UTA), Lia Medida, e pela docente e vereadora da Câmara Municipal de São Vicente, Neusa Sanca.

Segundo a integrante da Mariventos, Josina Freitas, o formato do concurso deste ano foi inspirado no Masterchef.

“Muitas vezes o júri chegava nos restaurantes em hora de ponta e eles não conseguiam apresentar a sua cavala de melhor forma. Então achamos que era mais justo que cada restaurante tivesse o seu horário e que dirigisse ao Centro Cultural do Mindelo com os seus pratos onde estavam o júri e poderiam servi-los exatamente como tencionavam”, explicou a mesma fonte, que informou que o evento terá mais de 40 espaços de restauração.

Segundo Josina Freitas, esta edição do festival foi dedicada aos sabores africanos, mas conseguiram “fazer uma meia viagem” porque não conseguiram trazer para o evento vários chefs do continente por causa das dificuldades de transporte.

“Somos africanos, queríamos os sabores e os nossos irmãos connosco. E queríamos esta esta diversidade que é o poder da África. Já estivemos com a Europa e com a América, mas num momento tão especial do mundo é bom mostrar toda a potência e potencialidade do nosso continente”, esclareceu Josina Freitas, para quem a população de São Vicente já assumiu e apropriou-se do festival.

A 12ª edição do Kavala Fresk Feastival prossegue hoje à tarde com várias actividades, entre elas “montra de comida”, para que as marcas possam divulgar os produtos,  espaço “Carnavala”, destinado a cinco grupos oficiais do Carnaval para angariação de fundos e com animação de  artistas como Edson, Gai e Yannick.

Haverá também competição de natação e corrida de bote, passeios de catamarã na baía do Porto Grande, ‘sup paddle’, caiaque, passeio de botes para crianças, momento “Lab”, que vai ter laboratório e uma roda de conversa sobre sustentabilidade alimentar dinamizado pelo Instituto do Mar (Imar) e pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Teatro infantil, ‘stand up comedy’, espaço recreio no parque infantil, show na Praça Dom Luís com os grupos Black Side e Sizal, o artista Vlu e outros locais também completam o programa.

CD/AA

Inforpress/Fim