Em 25 de abril de 1974, capitães lideraram golpe contra uma ditadura de quase cinco décadas em Portugal. Apoio popular garantiu mudança. Fuzis de revoltosos foram decorados com flores. 

Portugal celebra em 25 de abril de 2024 os 50 anos da Revolução dos Cravos, que resultou no fim de 48 anos de ditadura e de 13 anos de guerras coloniais, com o retorno do país à democracia. A data é também conhecida como Dia da Liberdade.

Neste texto, o Terra Nova resgata os processos políticos que enterraram a autocracia mais longeva da Europa e traz o contexto das mudanças, assim como os personagens que ajudaram a concretizá-las.

O QUE foi a Revolução dos Cravos

A Revolução dos Cravos foi um golpe militar que teve imediato e amplo apoio popular e se transformou numa revolução. O movimento ocorreu em 25 de abril de 1974, encerrando um período de 48 anos de governos ditatoriais — a Ditadura Nacional (1926-1933) e o Estado Novo (1933-1974) —, restaurando a democracia no país Ibérico. 

O golpe foi organizado e executado por capitães dentro das Forças Armadas. Eles estavam insatisfeitos com a ditadura de António Salazar e com as guerras coloniais — as chamadas de Guerra do Ultramar. Com apoio popular, o movimento promoveu o retorno da democracia. 

O período de governos autoritários começou em 1926, quando também um golpe militar pôs fim a 1ª República (1910-1926) e instalou a Ditadura Nacional. Houve a aprovação da Constituição de 1933, inaugurando o Estado Novo, período da ditadura salazarista sob o lema “Deus, Pátria e Família”.

Partidos, movimentos políticos e greves foram proibidos; os líderes oposicionistas, presos ou exilados; os sindicatos, controlados; e a vida cultural, estritamente vigiada.

Após a revolução de 25 de abril, os direitos civis e políticos — como liberdades de organização e de expressão — foram restabelecidos, o que abriu caminho para o fim das guerras coloniais na África. Porém, a transição para a democracia não foi tranquila.

O lugar de António Salazar

António de Oliveira Salazar foi ministro das Finanças da Ditadura Nacional (1928-1932) e, a partir de 1933, tornou-se o presidente do Conselho de Ministros — ou seja, primeiro-ministro —, cujo governo foi antidemocrático, antiliberal, nacionalista, colonialista, policial, conservador e corporativista.

António Rafael Amaro, professor de história contemporânea da Universidade de Coimbra, afirma que o governo salazarista era tendencialmente fascista, porém com características próprias. “A ditadura salazarista foi um regime à sua medida”, disse.

Salazar era um burocrata conservador, que defendia a moral cristã e o Estado forte e controlador. O professor de história contemporânea da Universidade de Coimbra ressalta que Salazar, diferentemente de Benito Mussolini (1883-1945), na Itália, e Adolf Hitler (1889-1945), na Alemanha, não ascendeu ao poder a partir de uma transição de regime, não era apoiado por partidos de massa e nem era um líder carismático.

Amaro acrescenta que o discurso de Salazar também visava mobilizar e politizar as massas para seus objetivos, como faziam Mussolini e Hitler. Seu intuito, na verdade, era despolitizar.

Em 1968, antes do fim da ditadura, Salazar sofreu um acidente doméstico que causou um AVC (acidente vascular cerebral), incapacitando-o de continuar a governar. Ele morreu aos 81 anos, em 1970, ainda sob o regime autoritário, sem saber que não era mais o primeiro-ministro. Marcello Caetano ocupou o cargo de 1968 até ser destituído em 1974. Seu governo também ficou conhecido como salazarista.

QUEM promoveu a Revolução dos Cravos

A Revolução dos Cravos foi um movimento organizado e executado por capitães, que integravam o MFA (Movimento das Forças Armadas), um grupo que se opunha ao regime salazarista e às guerras coloniais. Após tomar o poder, eles passaram-no aos generais do país. 

Políticos presos e exilados durante a ditadura retornaram imediatamente a Portugal e participaram ativamente do processo de transição democrática.

Os protagonistas

ANTÓNIO DE SPÍNOLA (1910-1996)

Spínola foi o primeiro presidente de Portugal pós-Revolução dos Cravos — de 15 de maio a 30 de setembro de 1974. Era um general, que foi governador de Guiné-Bissau (1968-1973). Ao regressar a Portugal, tornou-se vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. Foi demitido em março de 1974, às vésperas da revolução, por sua posição contrária à política de colonização portuguesa. Enquanto presidente de Portugal, tentou dar dois golpes que fracassaram. Ele se exilou na Espanha e, depois, no Brasil. Em 1981, retornou a Portugal.

FRANCISCO DA COSTA GOMES (1914-2001)

Costa Gomes foi presidente de Portugal entre 1974 e 1976, responsável por realizar as primeiras eleições democráticas legislativas e presidenciais pós-Revolução dos Cravos. Antes, foi secretário de Estado do governo Salazar (1958-1961), comandou as forças portuguesas em Moçambique e Angola (1965-1972) e se tornou chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, em 1973. O general foi demitido pela ditadura por causa de sua posição contrária às guerras coloniais.

 ANTÓNIO RAMALHO EANES (1953-)

Eanes foi o primeiro presidente eleito democraticamente após a Revolução dos Cravos, em 1976, cumprindo dois mandatos, até 1986. Era general. Serviu em Goa (1958-1960), Macau (1962-1964), Moçambique (1963-1964 e 1966-1968), Guiné-Bissau (1969-1971) e Angola (1974). Também foi presidente de conselho da emissora estatal RTP (Rádio e Televisão de Portugal), entre 1974 e 1975.

OTELO SARAIVA DE CARVALHO (1936-2021)

Savaira foi um dos estrategistas da Revolução dos Cravos no Movimento das Forças Armadas. É uma figura polêmica até hoje. Militar, atuou nas guerras coloniais em Angola (1961-1963) e na Guiné-Bissau, em 1970. De volta a Portugal, passou de capitão a general e tornou-se comandante da Região Militar de Lisboa. Após a revolução, virou comandante do Comando Operacional do Continente. Entre 1980 e 1987, ele integrou a FP-25 (Frente Popular 25 de Abril), organização terrorista de extrema esquerda, que realizou atentados deixando pelo menos 19 mortos. Ele foi anistiado dos crimes de terrorismo.

 VASCO LOURENÇO (1942-)

Lourenço foi um dos articuladores da revolução no Movimento das Forças Armadas. Militar, combateu na guerra colonial da Guiné-Bissau (1969-1971). Depois da revolução, integrou o Conselho da Revolução, órgão de aconselhamento presidencial formado por militares durante a transição de governo. Atualmente, dirige a Associação 25 de Abril, que se dedica a manter a memória da revolução.

SALGUEIRO MAIA (1944-1992)

Maia foi um dos capitães mais ativos do Movimento das Forças Armadas, sendo conhecido como um dos rostos da revolução. Militar, combateu na guerra colonial em Moçambique (1967-1969) e na Guiné-Bissau (1971-1973). Ele foi o responsável por escoltar Marcello Caetano até o aeroporto após a sua renúncia.

MÁRIO SOARES (1924-2017)

Soares foi primeiro-ministro (1976-1978 e 1983-1985) e o primeiro presidente civil de Portugal (1986-1996) após a Revolução  dos Cravos. Advogado, ele defendeu opositores do regime e também atuou na resistência. Foi preso e exilado em São Tomé, capital de São Tomé e Príncipe, e, depois, Paris, capital da França. Ele foi um dos fundadores do Partido Socialista, em 1973. Dias após a revolução, ele regressou a Portugal e foi um dos principais líderes políticos durante o processo de transição democrática.

 ÁLVARO CUNHAL (1913-2005)

Cunhal foi um político. Aos 17 anos, filiou-se ao PCP (Partido Comunista Português) e, aos 27 anos, formou-se em direito, com uma tese sobre despenalização do aborto. Durante a ditadura salazarista, foi preso e se exilou em Moscovo e, depois, em Paris. Logo após a Revolução dos Cravos, retornou ao país e participou ativamente da transição.

 FRANCISCO SÁ CARNEIRO (1934-1980)

Sá Carneiro foi primeiro-ministro entre janeiro e dezembro de 1980, quando morreu num acidente aéreo. Foi advogado e deputado durante o Estado Novo, porém em 1973 renunciou e passou a se opor mais abertamente à ditadura. Em maio de 1974, foi um dos fundadores do Partido Social Democrata, de centro-direita — partido que atualmente governa Portugal.

QUANDO a revolução floresceu

A revolução ocorreu em meio à Guerra Fria (1947-1991), que dividiu o mundo entre os blocos capitalista, liderado pelos EUA, e comunista, liderado pela União Soviética. Anticomunista, o governo salazarista se alinhou aos americanos.

Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), iniciaram-se os processos de independência de diversos países africanos. Portugal se recusou a debater o assunto. Em 1961, o governo Salazar enviou as Forças Armadas para as suas colónias no continente africano — Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe — para conter os movimentos independentistas.

O movimento dos capitães teve um forte apelo corporativista. Os militares viam estudantes, presos políticos e militantes sendo mobilizados para as guerras coloniais e promovidos aos quadros das Forças Armadas, mesmo sem serem oficiais de carreira. Esse corporativismo está na origem da formação do Movimento dos Capitães, que se transformou no Movimento das Forças Armadas.

Com o passar do tempo, as guerras coloniais começaram a impactar negativamente no país europeu pelo alto custo financeiro em meio à crise econômica e pela grande quantidade de mortes dos soldados portugueses — estima-se que cerca de 10 mil militares e cerca de 100 mil civis africanos de diversos países morreram em 13 anos de conflitos.

Isso aumentou a insatisfação da sociedade portuguesa que vivia em crise económica e precária situação social e, sobretudo, nas próprias Forças Armadas que lutavam a contragosto na África. Ao mesmo tempo em que aumentava o isolamento português no cenário internacional pela relutância em discutir as questões das colônias.

COMO a revolução se desenrolou

Em meio à crescente insatisfação nas Forças Armadas e a pressão internacional para acabar com as guerras coloniais na África, os militares criaram em março de 1973 o Movimento das Forças Armadas, que passou a conspirar contra o regime.

Embora fosse proibido o direito de organização à época, o grupo foi criado com a autorização de Marcello Caetano por não entender a real intenção desses militares. Havia uma divisão dentro das Forças Armadas entre militares salazaristas e rebeldes. Ao longo do tempo, o movimento de insatisfação com o governo foi crescendo.

Em 16 de março de 1974, houve a primeira tentativa de golpe, chamado de Intentona das Caldas ou Revolta das Caldas, que fracassou. Militares foram presos — entre eles, Costa Gomes e Spínola, que foram exonerados das chefias do Estado-Maior.

Cerca de 200 capitães e majores do Exército elaboraram um novo plano para ocorrer na madrugada de 24 para 25 de abril de 1974. Entre os líderes estavam Otelo Saraiva de Carvalho, Vasco Lourenço e Salgueiro Maia. 

Às 22h55 de 24 de abril, a Rádio Emissoras Associadas de Lisboa tocou a música “E depois do Adeus”, do cantor português Paulo de Carvalho. Era um sinal para que os militares rebeldes de todo o país se organizassem.

À 0h20 de 25 de abril, a Rádio Renascença tocou “Grândola, Vila Morena”, do cantor português Zeca Afonso. Era a senha de que a revolução tinha começado e os soldados deveriam executar as tarefas previamente combinadas. Essa música era censurada pela ditadura por causa da alusão ao comunismo e se tornou o hino da revolução.

“Grândola, Vila Morena

Terra da fraternidade

O povo é quem mais ordena

Dentro de ti, ó cidade”

Trecho de ‘Grândola, Vila Morena’, música do cantor português Zeca Afonso

A partir das 0h30 de 25 de abril, os militares começaram a ocupar pacífica e simultaneamente a RTP (Rádio e Televisão Portugal), a Emissora Nacional, a Rádio Clube Português, o Quartel-General, o Estado-Maior do Exército, o Ministério do Exército, o Banco de Portugal e o Aeroporto de Lisboa.

Às 11h45 da manhã de 25 de abril, o Movimento das Forças Armadas anunciou que detinha o controle do país. Às 12h30, as tropas comandadas por Salgueiro Maia cercaram o Quartel do Carmo, onde estava Caetano. Às 16h30, Caetano se rendeu após negociação com Spínola, que assumiu o comando.

Caetano foi levado diretamente de tanque para o aeroporto, de onde viajou para a Ilha da Madeira, território autónomo português, e, depois, para o Rio de Janeiro, onde morreu em 1980.

Por volta das 20h de 25 de abril ocorreu o único confronto da data, quando o movimento revolucionário foi tomar o quartel da Pide (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), a polícia política do regime português. No episódio, quatro civis morreram e cerca de 40 pessoas ficaram feridas.

POR QUE a revolução tem esse nome

Quando amanheceu em 25 de abril, a revolução já estava em curso. A população saiu às ruas. Algumas pessoas estavam cientes do que estava acontecendo, porém outras nem tanto.

Celeste Caeiro, à época com 40 anos, trabalhava num café que completava um ano de funcionamento naquele dia. Ao chegar no trabalho, o patrão disse que não abriria porque estava ocorrendo uma revolução. Ele pediu para que os funcionários levassem as flores que seriam dadas aos clientes para que não murchassem.

Com alguns cravos na mão, Celeste pegou um metrô em direção ao centro de Lisboa. Havia muitos soldados e tanques na rua. Ela perguntou a um soldado o que estava acontecendo. Ele disse que estavam derrubando a ditadura e pediu um cigarro. Ela não fumava. Então, ofereceu um cravo, que ele pegou e colocou no cano do fuzil.

Celeste gostou do que o soldado fez e distribuiu os outros cravos aos demais soldados, que repetiram o gesto. Ao ver os militares com cravos nos fuzis, floristas que trabalhavam pelo centro de Lisboa passaram a distribuir cravos para todos. Esse simples gesto deu nome à revolução.

QUAIS fatos sucederam a Revolução

À 1h30 de 26 de abril de 1974, assim que tomaram o poder, os militares anunciaram formação da Junta de Salvação Nacional, órgão de governo provisório formado por sete militares, sob a promessa de desenvolvimento, democracia e descolonização. Entre eles, Spínola, que foi nomeado chefe da Junta, e Costa Gomes. 

Em seu primeiro ato, a Junta militar dissolveu a Assembleia Nacional — o Parlamento unicameral lusitano, controlado pelo salazarismo — e o Conselho de Estado — o gabinete de governo —,  anistiou presos políticos, reintegrou funcionários do Estado demitidos ou aposentados compulsoriamente por questões políticas e instituiu o 1º de maio como feriado nacional do “Dia do Trabalhador”.

Políticos exilados do regime retornam a Portugal. Entre eles, Mário Soares, secretário-geral do Partido Socialista, e Álvaro Cunhal, secretário-geral do Partido Comunista Português.

Após 13 anos de guerra colonial, iniciou-se o processo de descolonização. Guiné-Bissau declarou independência em 24 de setembro de 1974 — foi a primeira nação africana reconhecida como independente de Portugal. Em 1975 foi a vez de Moçambique, Cabo Verde, Angola, São Tomé e Príncipe, na África, e Timor-Leste, na Ásia. Brasil — também Colónia portuguesa — tinha-se tornado independente muito tempo antes, em 1822.

Numa tentativa de frear o que considerava uma inclinação do país à esquerda influenciada por militares e políticos, o general Spínola, chefe da Junta de Salvação Nacional, tentou dar o primeiro de dois golpes à direita em 28 de setembro de 1974, e fracassou. Ele foi destituído do cargo. O general Costa Gomes assumiu em seu lugar.

Em 11 de março de 1975, Spínola liderou nova tentativa de golpe, que também fracassou. Três dias depois, a Junta de Salvação Nacional foi extinta. Em seu lugar, foi criado o Conselho da Revolução, órgão formado por cerca de 20 chefes militares com a função de aconselhamento presidencial.

Em 25 de abril de 1975, um ano após a revolução, o país realizou eleição para a Assembleia Constituinte. Sete meses depois, em 25 de novembro de 1975 foi a vez de setores da extrema esquerda tentarem um golpe, também sem sucesso. A ala moderada se sobressaiu e, a partir daí, os partidos políticos ganharam mais força.

Em 25 de abril de 1976, a nova e atual Constituição portuguesa entrou em vigor. Além das liberdades individuais, a Carta Magna também garantiu direito à saúde, cultura, educação, habitação e previdência social — é uma das que mais constitucionalizou direitos sociais no mundo.

No mesmo dia, ocorreu a primeira eleição legislativa direta após 48 anos de ditadura. O Partido Socialista obteve maioria na Assembleia da República. Em 27 de junho de 1976, o general Ramalho Eanes se tornou o primeiro presidente eleito democraticamente após a Revolução dos Cravos, assumindo o cargo cerca de 20 dias depois.

Mário Soares, do Partido Socialista, assumiu como primeiro-ministro em 23 de julho do mesmo ano. O governo durou até 1978, quando uma crise económica levou à sua renúncia. Entre 1979 e 1981, Portugal teve cinco primeiros-ministros — entre eles, Sá Carneiro, do Partido Social Democrata, em 1980. Soares se elegeria presidente em 1986.

“Importante é tornar claro que a democracia em Portugal foi conquistada na rua e na revolução”, afirma Fernando Rosas, pesquisador do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, ao jornal português Diário de Notícias. Rosas foi preso político.

EM ASPAS

“Quando retornávamos de uma de nossas primeiras reuniões [do  Movimento das Forças Armadas], tivemos um pneu furado e o trocamos. Eram 2h da madrugada, mais ou menos, quando disse a Otelo [Saraiva de Carvalho] que não íamos solucionar nada com requerimentos e papéis, que devíamos dar um golpe de Estado e convocar eleições. Ele me olhou e disse: ‘Mas você também pensa assim? Esse é meu sonho!’”

Vasco Lourenço – capitão, que integrava o MFA (Movimento das Forças Armadas), em entrevista à agência de notícias espanhola EFE, em 2014

“A pátria deve a hora grandiosa que hoje vive a esses jovens que souberam manter acesa a chama do dever. E que, na nobreza do seu idealismo, arrastaram com eles à vitória o povo português”

António de Spínola – chefe da Junta de Salvação Nacional, no primeiro pronunciamento à nação, em 26 de abril de 1974

“Esta é a madrugada que eu esperava / O dia inicial inteiro e limpo / Onde emergimos da noite e do silêncio / E livres habitamos a substância do tempo”

Sophia de Mello Breyner Andresen – Poeta, em poema “25 de abril” no livro “O Nome das Coisas” (1977).

TN com informações do Nexo