O terminal de cruzeiros de São Vicente deve ficar concluído no mês de Outubro, mas o presidente do conselho de administração da Enapor nega atrasos na obra, que “têm andado em bom ritmo”.

O que ocorreu, esclareceu esta sexta-feira Ireneu Camacho, em conferência de imprensa, no Mindelo, foi a necessidade de incluir, com a obra em andamento, o novo projecto “Onshore Power Supply” para fornecer, já em Outubro, energia limpa aos navios de cruzeiro que atracam neste mesmo terminal.

Portanto, sintetizou, esta “pequena prorrogação do prazo” para Outubro deveu-se à inclusão de um “grande projecto” que irá “transformar completamente” o novo terminal.

“Isto reduzirá significativamente as emissões de carbono nos nossos portos e melhorará a qualidade do ar no porto e na cidade, ou seja, este projecto cumprirá o quadro regulamentar, cumprirá o Acordo de Paris, baseado na Convenção Marpol 73 e 78, as directivas da União Europeia relacionadas com os portos e a iniciativa climática que existe em todo o mundo”, reforçou a mesma fonte.

Paralelamente à construção do terminal, Ireneu Camacho enfatizou que a Enapor se encontra a trabalhar num plano de desenvolvimento do destino, com participação em diversas feiras internacionais de promoção do destino Cabo Verde.

Neste momento estamos a trabalhar em conjunto com a Macaronésia, Ilhas da Madeira, Açores, Canárias e Tenerife, num novo itinerário que incluirá também Cabo Verde”, enfatizou a mesma fonte, que indicou ainda, dentro desta estratégia, a negociação para finalizar a contratação da Global Port, para ajudar a promover o destino Cabo Verde e o destino São Vicente.

Acredito que todos estes eventos, esta participação nas feiras, para vender muito bem o destino Cabo Verde, tem ajudado muito para o crescimento dos navios de cruzeiro e também para o número de passageiros de cruzeiros nos nossos portos”, finalizou.

Os portos de Cabo Verde registaram no primeiro semestre de 2024 um aumento de cerca de 71 % ao nível do tráfego de navios de cruzeiro, em relação a 2023, de passageiros de cruzeiros em cerca de 9 %.

As obras do terminal prosseguem, e, no seu todo, os trabalhos da construção envolveram a conquista de um terrapleno, denominado “Ponte Terrestre”, com 2.700 metros quadrados, a dragagem de aproximadamente 124 mil metros cúbicos na bacia portuária e no canal de acesso, e a reabilitação do cais número 09, que vai passar a servir navios de recreio de pequeno porte.

As obras estão a ser executadas pelo consórcio luso-cabo-verdiano constituído pelas empresas Mota-Engil – Engenharia e Construção, SA e Empreitel Figueiredo, SA, sendo o projecto co-financiado em 29 milhões de euros pelo Governo de Cabo Verde, Fundo ORIO, dos Países Baixos, e pelo Fundo OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para o Desenvolvimento Internacional.

 

A Semana com Inforpress