A presidente do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA), Zaida Freitas, afirmou esta sexta-feira que anseia uma actuação concertada entre todos os parceiros na ilha do Sal para prevenir situações de riscos para as crianças.

Zaida Freitas deixou este repto depois de um encontro que manteve, nos Espargos, com os vários parceiros para conhecer as instituições públicas e privadas que operam no cuidado e protecção da criança bem como verificar os ganhos e desafios que persistem na realização dos direitos das crianças e dos adolescentes na ilha do Sal.

"Levamos muitas preocupações, mas também ficamos satisfeitos com a abertura da parte dos parceiros e da avaliação positiva que é feita da relação que têm com o ICCA. Dei-me conta que esta relação é muito bilateral e nós queremos que seja uma actuação concertada entre todos os parceiros”, sublinhou.

"Das maiores preocupações que foram aqui elencadas, levanta-se, sobretudo, a questão da responsabilidade parental. Muitas vezes estas crianças estão nas ruas, sendo certo que muitas vezes são pais com uma carga horária excessiva por trabalharem nos hotéis e é preciso ter alternativas”, continuou.

Neste sentido, a presidente do ICCA disse que é por isso que vão surgindo os centros de dia, que acredita que a intenção é dar abertura a outros espaços desta natureza.

"As crianças acabam por estar muito sozinhas e não estando os pais presentes, obviamente que as instituições e a sociedade têm esta responsabilidade (...), a primeira responsabilidade é da família, mas lá onde a família falha o Estado e a sociedade deve assumir as suas responsabilidades”, frisou.

Zaida Freitas afirmou ainda que o encontro com os parceiros foi também no sentido de analisar e retomar os comités municipais de defesa das crianças, que em tempos, segundo disse, funcionou “muito bem”.

“Estamos a trabalhar para a criação de um centro de dia na vila da Palmeira, no âmbito do “Fundo Mais”, para acolher crianças em situação de vulnerabilidade na zona de forma que tenham um espaço onde possam ter o estudo oriental e possa ser trabalhada as competências pessoais”, afirmou, salientando, entretanto, que, através destes centros, as crianças poderão ter acesso a outras actividades ou formações, importantes para o processo de desenvolvimento.

A par deste centro, Zaida Freitas espera, “para breve”, retomar o projecto “Nôs Kasa”, na cidade de Santa Maria, que já trabalhava com crianças em situação de “grande vulnerabilidade”, para resgatar essas crianças que já estão a viver em situação de rua.

Esta é a primeira deslocação oficial da presidente do ICCA à ilha do Sal depois que assumiu o cargo em Dezembro do ano passado.

A Semana com Inforpress