Os estivadores do Porto da Praia passam a beneficiar, a partir desta quarta-feira, de um espaço social para a melhoria das condições de trabalho, avaliado em 32 mil contos, num investimento do Governo.

O acto de inauguração do espaço social de mão-de-obra portuária do Porto da Praia ocorreu hoje, e foi presidido pelo ministro do Mar, Abraão Vicente.

Segundo o ministro, a obra representa melhores condições de trabalho, a humanização dos serviços da Enapor e um olhar social sobre a necessária integração das forças de trabalho, naquilo que é o crescimento da própria empresa.

“A Enapor é uma empresa sólida que vai crescendo todos os anos em todas as áreas do negócio, digamos assim, e não poderia deixar de ter um olhar humano sobre as condições de trabalho da classe da estiva”, assinalou.

O governante explicou que logo no início, quando assumiu o cargo,  realizou uma visita às instalações onde os trabalhadores da classe de estiva guardavam os seus materiais e faziam as suas necessidades normais de um ser humano, e pôde notar “condições quase sub-humanas de trabalho”.

Após isso, avançou, foi validada e aprovada a construção do novo centro social, exactamente para que quando esses trabalhadores chegarem à empresa saibam que tem “todas as condições de trabalho, de conforto e de convívio”, dado que se trata, segundo referiu, de uma classe “muito especial”.

“Em que o número de horas de trabalho muitas vezes varia de acordo com aquilo que é a movimentação do Porto e que são pessoas que passam muitas horas aqui dentro do Porto. E não fazia sentido termos essa classe a não partilhar parte daquilo que são os dividendos da própria empresa” reconheceu.

Para o governante, o valor de cerca de 32 mil contos parece avultado quando se pensa desgarrada daquilo que é a realidade, mas, assegurou, dentro daquilo que é o volume de negócios da própria Enapor trata-se de um “investimento justo”.

“Já o tínhamos feito em São Vicente, num outro investimento de cerca de 25 mil contos, e tinha chegado a hora do Porto da Praia receber esta obra. É uma obra para os estivadores, que eu penso, irá também criar um orgulho, uma autoestima no sentido de quem quer trabalhar, quem já está a trabalhar na Enapor possa passar essa mensagem também positiva da própria empresa”, disse.

Os estivadores ouvidos pela imprensa revelaram sentimento de satisfação pela obra feita, mas, entretanto, manifestaram “alguma preocupação2 relacionada ao salário que dizem ter diminuído, em relação ao passado, além de mostrarem também alguma dúvida de como vai ser as condições de trabalho com a subconcessão dos serviços portuários

“A preocupação neste momento é com a privatização, estamos a tentar ver o nosso direito, porque não sabemos o que pode vir acontecer”, declarou o estivador José da Rosa, que afirmou, entretanto, que já lhes deram garantia de que “tudo vai ficar bem”.

Localizado à entrada do Porto da Praia, este novo espaço, de 515 metros quadrados, integra escritórios de serviço mão-de-obra portuária, zona com cacifos para os estivadores, balneário, refeitório e sala de formação/reunião.

 

A Semana com Inforpress