O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças afirmou  esta terça-feira que o maior problema em relação ao sector da energia em Cabo Verde está na capacidade institucional, pelo que pediu mudanças de atitude para que as coisas aconteçam mais rapidamente.

Olavo Correia fez estas afirmações durante o seu discurso de abertura do X Simpósio Germano-Cabo-verdiano de Energia promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã (CCILA) e que marca o início da X Missão Empresarial Alemã de Energia no arquipélago.

Segundo afirmou, o país enfrenta uma emergência energética e hídrica e precisa dar resposta com acção, tendo assegurado que há vontade política para isso.

Entretanto, o vice-primeiro-ministro disse que o maior problema em relação ao sector da energia em Cabo Verde está na capacidade institucional.

“Portanto, aqui não há problema de financiamento no que tange à transição energética, não existe este problema, o que há é o problema de governança, de liderança e de capacidade do sector privado para fazermos acontecer dentro do tempo certo”, sustentou.

O governante realçou que existem empresas privadas disponíveis, instituições para financiar, que o mundo está disponível para financiar, questionando, no entanto, porque é que as coisas não avançam mais rapidamente.

“Essa é a reflexão que temos de fazer para que cada um possa mudar de atitude, e para que possamos alinhar com a emergência, impormos uma escala, garantir a velocidade e provocarmos impacto nos cidadãos e nas empresas”, apelou, ressaltando que não há nada de extraordinário para ser feito.

Ou seja, sublinhou, é preciso capacidade institucional, para promover e regular o mercado, capaz de atrair o investimento estrangeiro e interno, com previsibilidade e confiança, e com uma visão clara em relação àquilo que deve ser feito para que o país possa atingir as metas estabelecidas.

“30 por cento (%) de penetração em 2026, 50 % em 2030, acima dos 80% em 2040 e temos tudo para trabalharmos neste sentido”, lembrou.

Mas para isso, o governante afirmou que é necessário fazer as coisas acontecerem, tendo aproveitado a ocasião para apelar aos empresários alemães, à União Europeia que ajudem Cabo Verde para que possa ser um exemplo para a África e para o mundo em matéria de transição energética.

“Cabo Verde é um país pequeno, há vontade política, queremos avançar, se vocês alemães querem um exemplo de sucesso em relação à transição energética têm de conhecer este exemplo a partir de Cabo Verde", instou o governante.

Por fim, Olavo Correia realçou a importância deste simpósio no que tange ao reforço da parceria com o sector nacional, da diáspora, mas também estrangeira, para juntos trabalharem e possam garantir a implementação das metas aprovadas pelo país nesta matéria.

 

A Semana com Inforpress