A direcção da Escola de Futebol de Achada Grande Trás (EFAT) manifestou-se  esta terça-feira “indignada” com a recusa de visto à equipa de futebol de sub-11 para participar num torneio em Portugal e promete recorrer da decisão.

Em conferência de imprensa na manhã de hoje na sede da Associação Escola de Futebol de Achada Grande Trás, o presidente da direcção, Edmilson Garcia, que se fez acompanhar dos atletas de sub-11 e dos pais e encarregados da educação, considerou tratar-se de uma decisão “sem fundamento”.

Garcia disse que o Centro Comum de Vistos (CCV) justifica em como “subsistem dúvidas razoáveis quanto à intenção do requerente de sair do território dos Estados-membros antes de caducar o visto” para à recusa de vistos de entrada em Portugal a 11 jogadores e quatro adultos solicitados, o que este dirigente considera “sem fundamento”.

A associação, referiu, recebeu o convite oficial da Câmara Municipal de Barcelos (Portugal) para participar na II edição do Torneio Internacional de Futebol Barcelos CUP 2024, no escalão sub-11, e que já fez gastos junto dos encarregados de educação e patrocinadores na ordem dos 1.500 contos para fazer face aos procedimentos para a obtenção dos vistos e preparação da viagem.

“O grupo já tem todas as despesas pagas, a destacar passagens aéreas e equipamentos de jogo e de passeio, na certeza de que nunca se iria recusar o visto tendo todo os processos em conformidade e por termos sido convidados por uma entidade como Câmara Municipal de Barcelos que por sua vez já também já tem todas as despesas assumidas como alojamento, alimentação e transporte”, explicou.

Garcia disse que a escola, assim como toda a comitiva, extensiva à comunidade, foi “apanhada de surpresa” com esta recusa, alegando que a EFAT não tem histórico de comportamento desviantes nas suas deslocações internacionais, afirmando que na única saída com a equipa aconteceu em 2019 para Lyon (França), num escalão superior, e que ninguém ficou para trás. 

“A EFAT é uma organização bastante credível junta da comunidade, da sociedade e de todas as instituições cabo-verdianas pela forma criteriosa, rigorosa e transparente como tem trabalhado ao longo destes 12 anos da sua fundação”, assegurou, acrescentando que goza de parcerias junto das “instituições importantes” do país.

Esta decisão do CCV mereceu, igualmente, descontentamento dos encarregados de educação que, pela voz da representante, Conceição Borges, afirmou que as crianças estão “traumatizadas psicologicamente” com esta recusa, pois é de opinião que “não tem qualquer fundamento e sequer motivo para suspeição”, porquanto “todos são responsáveis pelos seus filhos”. 

A II edição do Torneio Internacional de Futebol Barcelos CUP 2024, no escalão sub-11, realiza-se de 13 a 22 do corrente em Barcelos e a EFAT é a única representante de Cabo Verde e de África convidada para o evento.

 

A Semana com Inforpress