“O potencial do crescimento económico de Cabo Verde é de cerca de 5%, aquilo que o Governo projectou", mas ambiciona "aumentar o crescimento para além desse potencial”, referiu Ulisses Correia e Silva.

Para isso, o primeiro-ministro disse que o executivo está a “fazer reformas” e a diversificar a economia, o que levou o país a atingir mais de um milhão de turistas em 2023, com previsão para chegar a 1,2 milhões este ano, meta antes prevista para 2026.

No debate sobre crescimento económico e emprego, na segunda sessão parlamentar de Maio, o chefe do Governo recordou que, depois da forte contracção económica de 20,8% em 2020, devido à crise provocada pela pandemia da covid-19, o país cresceu 6,8% em 2021 e 17,7% em 2022.

“Em 2023, o crescimento económico continuou forte e o desempenho macroeconómico forte”, frisou Correia e Silva, perante críticas dos partidos da oposição, dizendo que esse crescimento não tem tido impacto na vida da população.

Mesmo assim, Ulisses Correia e Silva disse que o país está no “caminho certo” de “crescimento económico robusto”, com consolidação orçamental, redução da dívida e melhoria das contas externas.

“Temos que continuar a trabalhar para melhorar ainda mais a cotação externa do país, reduzir os riscos e aumentar ainda mais a confiança na economia do país e nas suas perspectivas futuras”, prosseguiu.

Para este ano, o Banco de Cabo Verde (BCV) reviu em alta as perspectivas de crescimento da economia do arquipélago para 5%, enquanto o Governo prevê que seja de 4,7%, mesmo valor projectado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

O deputado do MpD, Celso Ribeiro, disse que é “imprescindível” que o crescimento económico e as medidas do emprego sejam sentidos por todos os segmentos da sociedade, especialmente os mais vulneráveis.

No debate com o tema proposto pelo próprio Governo, o deputado e presidente do PAICV, Rui Semedo, criticou o “encolhimento” do mercado de trabalho e disse que o Governo não cumpriu a promessa de criar 45 mil empregos.

Por sua vez, o deputado e presidente da UCID, João Santos Luís, chamou atenção para a “política fiscal inimiga” do investimento no país, dando como exemplo cabo-verdianos que vivem nos Estados Unidos e que não conseguem investir no país, por causa da “carga fiscal”.