Mais de 30 artistas atuam esta semana no maior festival de música de Moçambique
SOURCE: [A Semana]
Mais de 30 artistas africanos e de Portugal atuam esta semana no Azgo, conhecido como o maior festival de música de Moçambique e que a organização promete ser um "ponto de convergência artística" na capital.
“O aparecimento de novos artistas é sempre bem-vindo, porque permite trazer novidade e jovialidade nas atuações musicais e desafia-nos como organização a escolhermos o melhor do que existe”, disse à Lusa Gil Gune, um dos diretores do festival, sobre o processo seletivo dos mais de 30 artistas que vão atuar nos dias 24 e 25 de maio nos arredores de Maputo, na 11.ª edição do Azgo.
Dos artistas já confirmados destaca-se a presença do português João Barbosa, artisticamente conhecido por Branko, produtor e DJ, além de artistas de Moçambique, África do Sul, Essuatíni e Costa de Marfim.
A organização confirmou ainda que a 11.ª edição do Azgo vai prestar tributo ao casal Carlos e Zaida Chongo, destacáveis precursores do estilo musical Marrabenta, que morreram há 20 anos, vítimas de doença.
“Eles deixaram um espólio musical que inspira a sociedade moçambicana. Mas a grande figura de cartaz desta edição é o músico [moçambicano] Wazimbo”, disse Gil Gune.
As edições passadas do Azgo decorreram em espaços e centros culturais da capital moçambicana, mas em 2024 terão lugar, pela primeira vez, no “Espaço Multidisciplinar de Cumbeza”, no município de Marracuene, província de Maputo, acrescentando a organização que a mudança pretende “alcançar mais público e atrair novos interesses para o festival”.
Para a organização, levar o festival para o município de Marracuene significa democratizar a arte e cultura e permitir que chegue à maioria da população, um dos principais objetivos do evento.
“É intenção da organização dar oportunidade aos residentes de bairros nos arredores da capital de também se apropriarem do festival, fazendo com que passe a fazer parte do seu roteiro de turismo cultural anualmente”, disse Gil Gune.
No evento funcionará ainda o "Azgo Bazar", uma feira onde será possível adquirir roupas e acessórios complementares para participarem do concurso de melhor traje africano do futuro, enquanto montra de vários produtos e marcas moçambicanas.
Ainda segundo a organização, a melhor indumentária inspirada nas origens e tradições continente será premiada, no âmbito do conceito “Afrofuturismo”: “Este ano pretendemos fazê-lo pensando na promoção de moda que dignifica África, até porque no dia 25 de maio vamos celebrar o dia de África. O melhor 'dress' que representar o continente será premiado”.
O festival, que recebeu em três dias, na edição de 2023, cerca 19.000 visitantes, vai ainda introduzir este ano uma área de acampamento, com o objetivo de envolver os festivaleiros nos processos que ditam a materialização do festival, incluindo a interação do público com os artistas.
O Azgo é tido como dos mais conceituados festivais de artes em Moçambique, servindo de plataforma para artistas nacionais e do continente africano.
A Semana com Lusa