Cidade da Praia, 22 Mai (Inforpress) - O primeiro-ministro salientou hoje que o Governo encara o desafio do desenvolvimento sustentável, emprego qualificado e eliminação da pobreza com determinação e reforçou o compromisso de continuar a investir no empreendedorismo jovem como motor catalisador da economia.

Na sua intervenção inicial no segundo debate do mês de Maio que decorre até sexta-feira com o tema “Crescimento Económico e Emprego”, o chefe do Governo, Ulisses Correia e Silva iniciou o discurso apresentando os dados sobre os longos períodos de estagnação económica com o aumento do desemprego e pobreza no País.

Segundo o primeiro-ministro, após a estagnação registada de 2009 a 2015, o anémico crescimento de 1% na média anual durante sete anos, demonstrou “claramente” a dificuldade em recuperar de uma crise despoletada em 2007.

De 2016 a 2019, continuou, Cabo Verde traçou uma nova escala saindo da estagnação económica e registando um crescimento anual de 5%, tendo sido interrompida com a pandemia em 2020 que resultou na queda brusca e forte de 20,8% na economia mundial.

Ao contrário dos intensos períodos de declínio, em 2021 e 2022 Cabo Verde registou um aumento de 6,8% e 17,7%, respectivamente, isto devido, assegurou, a “políticas assertivas” de recuperação implementadas pelo actual Governo.

Em 2023, garantiu, o crescimento fixou-se atingindo um milhão de turistas, muito embora o aumento significativo do desemprego e pobreza em 2020 e 2021.

O chefe do Executivo ressaltou que este “forte desempenho económico” esteve reflectido na classificação do risco da Fitch Ratings anunciada esta terça-feira que coloca Cabo Verde na posição B na tabela classificativa.

Segundo a agência, a elevação ocorreu devido às perspectivas robustas de crescimento e forte desempenho fiscal, como boa indicação pós-pandemia, o que colabora com as afirmações do Governo de que “Cabo Verde está no caminho certo” com consolidação orçamental e redução das dívidas externas.

“Estamos no caminho certo para colocar a taxa de desemprego a níveis inferiores a 10%, reduzir para menos de 10% a proporção dos jovens fora do emprego, da formação e educação e para eliminarmos a pobreza extrema” evidenciou, precisando o impacto das políticas activas do empreendedorismo no desemprego jovem.

Ainda sobre o emprego, Ulisses Correia e Silva avançou que de 2016 a 2023, mais de 45 mil jovens frequentaram a formação profissional, cerca de 14 mil beneficiaram de estágios profissionais e cinco mil foram beneficiados com programas de empreendedorismo.

Os dados que considerou “positivos e animadores” exprimem, ressaltou, o aumento de ofertas de inclusão nos programas com condições favoráveis para o financiamento.

Conforme acrescentou, 63% dos beneficiários dos programas de inclusão e empreendedorismo conseguem emprego, 67% estão inscritos no Instituto Nacional da Previdência Social (INPS) e 1120 novos empregos foram criados através desses programas.

O chefe do Executivo garantiu que vai continuar a investir na qualificação e empreendedorismo e reforçar o investimento em “Kits” para que os formados possam exercer ou profissionalizar da melhor forma os negócios.

No Regime Jurídico das Micro e Pequenas Empresas (REMPE), os números segurados pelo INPS, sublinhou, passou de 330 em 2015 para 26 mil em 2023, adiantando que o objectivo é até 2026 aumentar para 66% a proporção da população empregada coberta e garantir que pelo menos 70% sejam abrangidos por medidas de saúde, protecção contra doença profissionais.

“O crescimento económico, as políticas de rendimento e preços, e políticas de protecção e inclusão social têm prometido reduzir a pobreza, aumentar o acesso a bens básicos, aumentar o rendimento per-capita, aumentar a massa salarial, salário médio, valor da pensão social do regime não contributivo e contributo e da taxa de cobertura da prevenção social” elucidou.

De acordo com o governante, os desafios do desenvolvimento sustentável, emprego e eliminação da pobreza são encarados com determinação, reiterando a meta de aumentar o salário mínimo para 17 mil escudos e convergir o salário mínimo entre os sectores público e privado em 2025.

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