“Apoio as manifestações pacíficas e não violentas. As vossas vozes devem ser ouvidas e prometo-vos que as oiço”, disse o chefe de Estado norte-americano durante a cerimónia de entrega de diplomas na Universidade de Morehouse, em Atlanta, estado da Geórgia, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Durante o discurso, um estudante virou as costas a Joe Biden, no único incidente numa cerimónia que decorreu sem percalços.
Os estudantes desta universidade, tradicionalmente com uma cultura afro-americana, tinham pedido à direção que cancelasse o discurso do Presidente do país, a quem apontavam o dedo pelo apoio a Israel.
Na sua intervenção, que se estendeu por cerca de meia hora, Joe Biden pediu um cessar-fogo em Gaza, o regresso dos reféns israelitas e disse estar a trabalhar para “uma paz duradoura” na região.
“Estou a trabalhar para garantir que tenhamos, finalmente, uma solução com dois Estados, a única solução para que os povos vivam em segurança e com dignidade”, afirmou, acrescentando que a situação no Médio Oriente é “um dos problemas mais difíceis e complexos do mundo”.
Em Morehouse, onde Joe Biden queria prestar homenagem ao herói dos movimentos civis Martin Luther King Jr, que aí estudou, alguns estudantes assinalaram que este antigo aluno se opôs à guerra, incluindo ao conflito no Vietname.
Há cerca de um mês que várias universidades nos Estados Unidos têm sido palco de protestos pró-Palestina, apontados por alguns meios de comunicação nacionais como o mais importante movimento estudantil no país em décadas.
Inicialmente em silêncio, Joe Biden insistiu que “a ordem deve prevalecer” nos campus norte-americanos, onde a polícia já chegou a interromper acampamentos por estudantes.
Do lado democrata, há receios de que o apoio dos EUA a Israel possa fazer o candidato perder votos de jovens e apoiantes da causa palestiniana nas eleições de novembro.
Sondagens citadas pela AFP mostram dificuldades acrescidas para Biden conquistar o apoio de eleitores negros e de jovens norte-americanos, dois grupos fundamentais para a vitória em 2020 e que poderão ser decisivos para manter o democrata na Casa Branca.
A Semana com Lusa