Chefe de Estado cabo-verdiano preocupado com migração forçada
SOURCE: [Radio France Internationale]
O chefe de Estado cabo-verdiano está preocupado com o aumento de discursos xenófobos e da luta anti-imigração. José Maria Neves manifesta também a sua preocupação com tráficos, especialmente o tráfico de pessoas, e certa criminalidade conexa, particularmente no corredor do Atlântico com cidadãos africanos a enfrentarem as atrocidades de uma viagem pelo oceano sem as mínimas condições de segurança, incluindo alimentar e sanitária.
“Outras razões de preocupação relacionam-se com o incremento de tráficos, especialmente o tráfico de pessoas, e certa criminalidade conexa. Assistimos ao recrudescimento do extremismo, do discurso de ódio, da xenofobia, da luta anti-imigração e a assunção do caos", afirmou o chefe de Estado cabo-verdiano, José Maria Neves, que discursava na sessão solene evocativa do Dia do Município da Praia, capital do país, comemorado este 19 de Maio.
No início da semana uma piroga à deriva foi resgatada em alto mar por um petroleiro italiano nas águas territoriais de Cabo Verde, os sobreviventes foram levados para o Porto Grande na ilha de São Vicente. De acordo com as autoridades nacionais, a embarcação terá partido de um país da costa ocidental africana ficou à deriva por cerca de 30 dias, dos 88 ocupantes, 8 migrantes foram encontrados com vida, mas dois viriam a falecer mais tarde.
Neste sábado, o delegado de saúde de São Vicente disse à RFI que dos seis sobreviventes dois são cidadãos do Mali que já tiveram alta hospitalar e quatro, ainda muito debilitados, continuam internados por estarem doentes de paludismo.
Depois do tratamento médico e do processo de identificação, segundo as autoridades cabo-verdianas, será feito o repatriamento desses migrantes para os países de origem, tal como foi feito com os recentes casos de duas pirogas que deram à costa da ilha de São Vicente com dezenas de migrantes.
No último ano e meio, cinco barcos artesanais deram à costa em Cabo Verde com migrantes da costa ocidental de África - três na ilha de São Vicente, um no Sal e outro na Boa Vista. A rota migratória do Atlântico é habitualmente usada por migrantes africanos que tentam desta forma chegar às ilhas Canárias ou a outros pontos do território espanhol.
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