Cidade da Praia, 17 Mai (Inforpress) –  O presidente da JPAI, Fidel de Pina, considerou hoje o balanço da governação de Ulisses Correia e Silva e do MpD, ao longo dos últimos 3 anos, de um “falhanço estrondoso” em matéria de políticas públicas para os jovens na habitação, no emprego e na formação.

Fidel de Pina fez estas considerações em conferência de imprensa, para reagir ao balanço dos três anos do VIII Governo Constitucional de Cabo Verde dirigido por Ulisses Correia e Silva.

“A verdade é que o primeiro ministro e o seu Governo não conseguiram gizar políticas públicas que pudessem alterar o status-quo em que se encontra a juventude cabo-verdiana”, disse, ressaltando. por outro lado, que com esta governação do MpD, o país vive um momento de “desesperança e de desalento”.

Segundo o presidente da JPAI o desânimo já tomou conta dos jovens pela falta de oportunidades e por não encontrarem possibilidades de se auto realizarem e materializarem no país os seus sonhos, pelo que a única alternativa, vincou, tem sido a porta da emigração.

Aponta ainda na sua comunicação dados do INE que confirmam que Ulisses Correia e Silva e o MpD falharam na sua política para o emprego, em que a taxa de desemprego mantém-se sem grandes alterações apesar da saída massiva de pessoas, sobretudo jovens.

“Estima-se que mais de 20 mil cabo-verdianos já foram obrigados a abandonar o país nos últimos anos. Entre 2016 e esta parte os dados indicam a destruição de mais de 19 mil empregos (…) já em 2023 houve um decréscimo para cerca de 190 mil empregos”, destacou, apresentando uma comparação de dados de emprego de 2022 (190.579 empregos) e de 2023 (190.461 empregos).

Sublinhou que em 2022 a taxa da actividade económica era de 58.2% e que em 2023 reduziu para 57.8%, e que em 2022 existiam 153.846 inativos, mas que em 2023 o número aumentou para 155.201, um aumento de mais 1.356 inativos.

Para além do desemprego, Fidel Pina afirmou que a juventude cabo-verdiana continua apoquentada pela exploração e precariedade laboral, baixos salários e o elevado custo de vida, que os impede de alcançar "a sua independência e motivam a sua saída do país”.

“Um primeiro-ministro sério e que se preocupa com os jovens do seu país colocaria as políticas públicas para a juventude no centro da sua acção governativa e acompanharia com maior sensibilidade a situação e os problemas que lhes afectam”, ressaltou.

Cabo Verde, segundo disse, precisa e clama por uma governação séria e um primeiro-ministro atento que se preocupa com a juventude e que deveria questionar sobre o porquê de os jovens cabo-verdianos desejarem de forma desesperada abandonar o país.

Para concluir, disse que a situação do país é má para as aspirações dos jovens e que os 8 anos de governação de Ulisses Correia e Silva foram marcados por um “estrondoso falhanço” na governação.
 
PC/JMV
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