A presidente da Assembleia-geral da ACLCVBG disse nesta quarta-feira, em São Filipe, que os estudos em curso e alguns que serão realizados posteriormente poderão dar uma ideia mais precisa da situação da violência baseada no género (VBG) no país.

A presidente da Assembleia-Geral da Associação Cabo-verdiana de Luta Contra a Violência Baseada no Género (ACLCVBG), Antonieta Martins, fez estas referências à margem da conferência internacional sobre a VBG realizada na quarta-feira, na cidade de São Filipe, ao ser questionada sobre a existência de dados que colocam o Fogo como a ilha com maior taxa de VBG.

Tenho muito cuidado em dizer que é na ilha do Fogo que há mais VBG. Pode ser que no Fogo haja maior consciência e orientação e as instituições estejam mais sensibilizadas para fazer notificação e reportagem de tudo que acontece aqui”, destacou Antonieta Martins.

A ilha do Fogo, explicou, tem neste momento mais denúncias que outras localidades, sublinhando que os dados apresentados na conferência e que foram questionados indicam que realmente houve uma diminuição de denúncias nas outras paragens do país.

Antonieta Martins salientou que não se pode afirmar com segurança que seja a ilha do Fogo a encabeçar a taxa de VBG, mas os dados disponíveis a nível nacional apontam que na ilha do Fogo há uma maior denúncia e isso pode resultar de um maior registo e notificação dos dados e maior consciência da população para denunciar.

A mesma fonte admitiu que houve eventos, nos últimos meses, que chamaram atenção para a ilha do Fogo, mas isso pode não ser a regra, acrescentando que é preciso analisar os dados antes de rotular que a ilha encabeça a taxa de VBG porque isso também tem os seus perigos.

A conferência sobre a VBG concluiu pela necessidade de divulgação dos dados das instituições de recolha de dados para conhecer melhor o contexto da ilha, mas também do país.

Igualmente destacou a necessidade de melhorar a coordenação entre as instituições que actuam na área da VBG porque se constata uma deficiente coordenação e articulação entre as instituições e parceiros que trabalham com a igualdade de género e o combate à VBG, a necessidade de mais psicólogos para o atendimento e o seguimento das vítimas e agressores da VBG.

A conferência concluiu por outro lado da necessidade de continuar a reflectir sobre a realidade da ilha do Fogo, sobre as políticas implementadas, da procura de experiências e parceiros internacionais e a partilhar das estratégias de combate à VBG para vencer os desafios na promoção da igualdade entre homens e mulheres.

 

A Semana com Inforpress