O juiz do 2º. Juízo Crime do Tribunal de São Vicente ordenou esta terça-feira  a soltura do ex-candidato a Presidente da República Gilson Alves, em prisão preventiva desde Junho do ano passado, que vai aguardar o julgamento em liberdade.

A informação foi avançada à Inforpress pelo advogado do arguido, Armindo Gomes, que enalteceu “o bom senso” do juiz da causa, de ver que o seu cliente se encontra numa situação “extremamente difícil, vulnerável e aflito”, e por estar “sanado parte do conflito” entre vítima e arguido, daí aceder à alteração da medida de coacção.

Conforme a mesma fonte, o julgamento que deveria iniciar-se hoje não se realizou, devido a um “impedimento da procuradora”, mas mesmo assim o juiz analisou a situação e viu que o conflito que existia entre o arguido e o queixoso estava “sanado em parte”, com a entrega dos pertences que pertenciam a Gilson Alves e de este já ter pagado uma dívida que tinha para com o queixoso, Jacinto Pereira.

“Há uma questão processual, que vai a julgamento, que é que supostamente houve tiros na casa do senhor Jacinto, mas o Gilson afirma que não é autor dos disparos, é um direito que existe, de se defender, e, diante disso, não há motivos para que o acusado permaneça preso”, sustentou Armindo Gomes, que tem o entendimento de que, desde a primeira hora, não deveria ter sido adoptada uma medida “tão pesada” como a prisão preventiva.

Relativamente à nova medida de coacção, continuou o advogado, ficou estabelecido que até o julgamento, com nova data marcada para 27 de Junho, o arguido Gilson Alves “não pode, por nenhum motivo, se aproximar de Jacinto Pereira e seus familiares”.

A 19 de Dezembro do ano passado, após a realização de uma Audiência Contraditória Preliminar (ACP), o 1.º Juízo Crime do Tribunal da Comarca de São Vicente decidiu pronunciar e levar a julgamento o ex-candidato a Presidente da República Gilson Alves, acusado de três crimes alegadamente perpectuados contra o músico Jacinto Pereira, conhecido como Djassa.

De acordo com a acusação, os factos ocorreram na localidade de Chã de Alecrim, entre Março e Junho de 2023, na sequência de desentendimentos entre o arguido e o músico Djassa. 

Gilson Alves foi candidato a Presidente da República de Cabo Verde em 2021, tendo alcançado 0,8 por cento (%) dos votos, e vai agora aguardar em liberdade o julgamento previsto para se iniciar no dia 27 de Junho.

 

A Semana com Inforpress