Os advogados da África do Sul serão ouvidos na quinta-feira e a resposta de Israel no dia seguinte, indicou a mais alta instância judicial das Nações Unidas, em comunicado.

O Governo sul-africano apresentou na semana passada um pedido urgente no TIJ, com sede em Haia, para que imponha novas medidas contra Israel devido à situação que se vive na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.

A África do Sul quer que Israel seja declarado como um "Estado de 'apartheid'", tendo apelado ao TIJ que ordene a saída das forças israelitas de Rafah, na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egipto, e que reforce as medidas provisórias anunciadas anteriormente no caso relativo à aplicação da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio no enclave palestiniano, controlado desde 2007 pelo grupo islamita Hamas e alvo de uma ofensiva israelita desde outubro do ano passado.

Desde dezembro, Pretória tem solicitado medidas adicionais ao tribunal da ONU, acusando Israel de estar a realizar um "genocídio" em Gaza, acusação negada por Telavive.

O exército israelita intensificou, no início deste mês, a sua ofensiva à Faixa de Gaza, nomeadamente em Rafah, bombardeando e avançando com tanques sobre aquela cidade do extremo sul do enclave, o que já provocou a fuga de cerca de 450 mil pessoas desde 06 de Maio, segundo a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês).

"As ruas estão vazias em Rafah e as famílias fogem em busca de segurança. As pessoas enfrentam constante exaustão, fome e medo. Nenhum lugar é seguro. Um cessar-fogo imediato é a única esperança", descreveu a agência.

Até há pouco mais de uma semana Rafah abrigava 1,4 milhões de deslocados palestinianos oriundos de outras zonas do território.

A guerra lançada por Israel contra a Faixa de Gaza teve início com um ataque inesperado e sem precedentes ao território israelita levado a cabo pelo grupo islamita Hamas, que provocou cerca de 1.200 mortos e mais de 200 reféns.

A ofensiva militar em Gaza causou até agora mais de 35.000 mortos, número avançado pelas autoridades de Gaza controladas pelo Hamas e confirmado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), agência que também integra o sistema da ONU.