O coordenador do Siacsa em São Vicente anunciou hoje que o sindicato já tem em curso os passos para encaminhar para o tribunal um processo contra a câmara municipal por alegado incumprimento de três memorandos de entendimento.

Globalmente, elucidou Heidy Andrade, em conferência de imprensa, no Mindelo, o alegado incumprimento dos acordos, assinados em 2022 e dois em 2023, prende-se sobretudo com a questão das promoções e a entrada de mais efectivos na corporação profissional dos bombeiros de São Vicente.

Aliás, o sindicalista ligou o não incumprimento dos três memorandos de entendimento assinados a uma suposta “guerra política” entre o vereador da Protecção Civil, eleito nas listas da UCID (União Cabo-verdiana Democrática e Independente), e o presidente da câmara, do MpD (Movimento para a Democracia).

“O vereador assina os memorandos, mas quando chegam ao presidente da câmara leva um cartão vermelho e o assunto não avança”, acusou a mesma fonte, para quem se está perante responsáveis que “não se preocupam” em resolver as situações pois, sintetizou, “o que mais preocupa esses dois senhores” é “o poder”, numa “guerra política” que prejudica a classe.

Heidy Andrade denunciou ainda que actualmente a corporação dos bombeiros de São Vicente integra “apenas seis bombeiros profissionais”, quando deveria ter “um mínimo de 30”, num “desrespeito” pelo regulamento interno e o estatuto da classe, já que a corporação “foi tomada” por bombeiros voluntários.

“Neste momento são mais de dez bombeiros voluntários a prestar serviço no quartel, pessoas sem formação profissional para estarem na linha da frente, nada contra os voluntários”, declarou Andrade, mas, continuou, neste município “não existe uma corporação de bombeiros voluntários”.

Por outro lado, em relação à classe dos nadadores-salvadores, o coordenador do Sindicato de Indústria, Serviços Gerais, Alimentação, Construção Civil, Agricultura, Sector Empresas de Segurança Privada e Serviços Marítimos e Portuários (Siacsa) referiu que prevê entregar um pré-aviso de greve nos meses de Junho/Julho, igualmente por alegados incumprimentos por parte da autarquia.

Isto porque, justificou, faz um ano que o sindicato entregou um pré-aviso de greve, uma forma de luta contra “várias violações laborais” e que, na altura, o vereador responsável pela Protecção Civil se comprometeu em resolver as reivindicações da classe, “o que não sucedeu até hoje”.

“Daí não descartarmos um novo pré-aviso de greve em breve”, finalizou o sindicalista.

 

A Semana com Inforpress