UCID/46 anos: Presidente considera que desafios do país coincidem com os do partido
SOURCE: [A Semana]
O presidente da UCID afirmou hoje que os desafios do país coincidem com os do partido e considerou que só com o envolvimento abnegado de todos Cabo Verde estará “melhor preparado” para enfrentar essas provações.
João Santos Luís fez estas considerações em comunicado a propósito dos 46 anos de existência da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) celebrados hoje, 13 de Maio.
Segundo o político, sectores como educação, economia e industrialização do país, transporte, segurança, saúde, justiça, ambiente laboral e igualdade de oportunidades são considerados pela UCID como “áreas-chave”, que, se bem cuidadas, poderão contribuir para uma “melhor performance” do país, em todos os aspectos.
“Desde já o desafio de termos um sector educativo pujante por forma a que consigamos melhorar os índices actuais em todo o País é a nossa principal preocupação. Um sector que consideramos como principal pilar do desenvolvimento da nossa sociedade, tem de ser mais bem cuidado, com possibilidade de obtenção de investimentos estruturantes e bem direcionados”, indicou o presidente da UCID, acrescentando que desta forma a educação poderá “servir melhor” os outros sectores, entre eles o produtivo, além de “reduzir drasticamente” a pobreza no país.
Conforme João Santos Luís, a necessidade de Cabo Verde alargar a sua base produtiva é também um “desafio premente” porque, elucidou, não se pode continuar a importar quase tudo o que se consome quando no país há recursos que a natureza como o sol, o vento e a água do mar.
Igualmente, considerou que não se pode continuar a criar as condições para construção e instalação de unidades hoteleiras por todo o país, para permitir a importação de quase tudo para o funcionamento das mesmas unidades.
“Torna-se urgente e inadiável o país pensar na melhoria das condições de desenvolvimento da sua economia e paralelamente melhorar a qualidade do sector turístico para que a sua contribuição para a riqueza nacional seja significativamente melhorada”, lançou.
No entender do presidente da UCID, porque Cabo Verde tem uma população maioritariamente jovem é necessário desenvolver melhores políticas voltadas para a juventude, de modo a sentirem-se capazes de dar a sua contribuição para o desenvolvimento das suas localidades e do País.
Também no sector da saúde, sustentou, a estratégia tem de ser melhorada.
“As filas de espera nos hospitais centrais não dão tréguas e as reclamações dos utentes soam a todo o momento. Com os frequentes investimentos realizados nos sectores da justiça e segurança, o País podia estar melhor, nestes sectores, faltando a definição e implementação de políticas mais assertivas para a melhoria e ampliação dos resultados actuais”, argumentou.
Para João Santos Luís, a conectividade entre as ilhas “ainda não é a melhor, não satisfaz” porque, explicou, além de os preços de fretes de mercadorias e passageiros via marítima e bilhetes de passagens aéreas serem “proibitivos”, a regularidade na ligação ainda é “uma miragem”.
Conforme o presidente da UCID, outro desafio é a descentralização do poder porque “não vale a pena continuar a apostar em elencos governamentais excessivos”, nos dias de hoje.
Do contrário, continuou, a população precisa de um poder “mais próximo” para a satisfação das suas necessidades “de forma célere”, que “não se resolve com a deslocalização de alguns ministérios do Palácio da Várzea para Santo Antão, Sal ou São Vicente”.
Acrescentou que aliado a isso está a regionalização que, a seu ver, “deve ser pensada como um desígnio nacional e como a melhor forma de descentralização do poder, permitindo um desenvolvimento acelerado e harmonioso das ilhas”.
Isto porque, explicou, as ilhas precisam de autonomia e liberdade de pensamento e desenvolvimento.
Além disso, segundo João Luís, as comunidades residentes na diáspora precisam de melhor atenção em transporte para Cabo Verde, recenseamento eleitoral e política fiscal “mais amiga” do investimento.
A UCID foi fundada a 13 de Maio de 1978 por cabo-verdianos então radicados nos Países Baixos.
A Semana com Inforpress