Governo considera que que é preciso “naturalizar” queixas à Autoridade Reguladora da Comunicação Social

SOURCE: [A Semana]
O secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro, Lourenço Lopes, disse esta sexta-feira, na cidade da Praia, que é preciso “naturalizar” as queixas à Autoridade Reguladora da Comunicação Social (ARC).
O governante, que tutela a área da Comunicação Social, fez essa afirmação em respostas aos jornalistas sobre a queixa que o Movimento para Democracia (MpD) formalizou na quinta-feira,16, junto da ARC contra o jornalista da RCV Carlos Santos, acusando-o de “falta de imparcialidade” na rubrica “Café Central” do programa “Bom Dia Cabo Verde” daquela estação emissora.
“O Governo não avalia e não faz juízo de valor em relação ao posicionamento de qualquer político ou outras organizações da sociedade”, afirmou.
Para Lourenço Lopes, as tensões entre os políticos e jornalistas devem ser “naturalizadas” e encaradas como “momento de reflexão” para se melhorar aquilo que tem de ser melhorado e contribuir para o reforço da democracia.
“Entendo que há espaço de liberdade que nos permite exercitar um jornalismo livre e que cada uma faça o seu trabalho”, notou Lourenço Lopes, considerando, contudo, que se vivencia um “bom ambiente” na comunicação social cabo-verdiana.
“Nenhum jornalista pode dizer que tem interferência do Governo relativamente ao seu trabalho”, frisou.
Neste sentido, anunciou que o Governo vai avançar com o Código da Comunicação Social, de modo a adequar a legislação aos novos tempos, “marcados pelas notícias falsas e desinformação”.
“Isto significa que temos que adequar a legislação da comunicação social a estes novos tempos, harmonizando toda a legislação atinente ao sector”, precisou.
Em nota enviada à Inforpress, segundo o partido que sustenta o Governo, o apresentador da rubrica “Café Central” do programa “Bom Dia Cabo Verde” [Carlos Santos] utiliza o espaço para atacar o Governo e o MpD, demonstrando “falta de isenção na condução do programa”.
O MpD acusa o jornalista em questão de “um tratamento discriminatório negativo contra o MpD e o chefe do Governo”, Ulisses Correia e Silva, alegando que “afecta a isenção da informação, perturba a transmissão das ideias do MpD e potencia uma melhor predisposição para com os outros partidos”.
A Semana com Inforpress