– Mais de metade do crédito concedido pelo Banco Nacional de Investimento (BNI) estava em incumprimento no final do primeiro trimestre de 2024, mas a maioria dos bancos moçambicanos mantinha igualmente rácios acima dos 5% recomendados pelo banco central.

No relatório sobre os Indicadores Prudenciais e Económico-Financeiros do primeiro trimestre, do Banco de Moçambique e a que a Lusa teve hoje acesso, o BNI – que integra a lista do banco central de instituições com menos de mil clientes - fechou aquele período com um rácio de crédito em incumprimento (NPL) de 52,4% (43,98% no trimestre anterior) e um rácio de cobertura de NPL que caiu para 69,29%.

Entre os cerca de 15 bancos comerciais da listagem do banco central segue-se o Ecobank, com um rácio de NPL de 33,88%, e o Moza Banco, com um rácio de 19,12%.

Da lista divulgada pelo banco central, com base em dados fornecidos pelas próprias instituições financeiras, o United Bank for Africa (UBA), First National Bank (FNB), Standard Bank e First Capital Bank (FCB) apresentam um rácio de NPL inferior ao recomendado (5%), respetivamente de 0,84%, 2,62%, 2,66% e 3,98%.

Já o Millennium BIM, um dos maiores do país e liderado pelo português BCP, viu o rácio de crédito em incumprimento cair no último trimestre, para 4,53%.

O governador do Banco de Moçambique, Rogério Lucas Zandamela, afirmou anteriormente que o setor bancário moçambicano está “sólido e bem capitalizado”, mas alertou que o crédito em incumprimento permanece em níveis elevados.

“O rácio de crédito em incumprimento continua em níveis relativamente elevados”, descreveu, apontando que se situava em 9,1% do total em setembro último, contra 9,3% no mesmo mês do ano anterior.

“O setor bancário nacional continua sólido e bem capitalizado, tendo o rácio de solvabilidade se fixado em 24,0% em setembro do corrente ano [2023], correspondente a 12,0 pontos percentuais acima do mínimo regulamentar”, destacou Zandamela, no final de 2023.

Dados do banco central indicam que funcionam em Moçambique 15 bancos comerciais e 12 microbancos, além de cooperativas de crédito e organizações de poupança e crédito, entre outras.

A Semana com Lusa