Assomada, 10 Mai (Inforpress) - A presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina, Jassira Monteiro, fez hoje uma “apreciação positiva” da taxa de execução do plano de actividades e do orçamento municipal, enquanto bancadas divergem nas opiniões.

Jassira Monteiro fez esta apreciação em declarações à imprensa, durante a sessão ordinária da Assembleia Municipal para apreciar o Relatório de Atividades e a Conta de Gerência da Câmara Municipal, referentes ao ano de 2023, que decorreu quinta-feira e hoje.

Nessa sessão, os instrumentos tiveram o aval dos 11 eleitos do Movimento para a Democracia (MpD – partido que gere a câmara) e dois do Santa Catarina Acima de Tudo (SAT, oposição) e oito contra do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição).

Segundo a autarca, a câmara apresentou uma conta real, reconhecendo que o valor orçado 1.346.170.281 escudos, era alto, tendo em conta as expectativas, justificando que Santa Catarina “é um município grande e motor na região Santiago Norte”.

Neste sentido, avançou que o município tem de ter grandes expectativas e grandes projectos, que infelizmente não foi possível fazer a conclusão, mas que vão ser concluídos ainda no ano de 2024. 

O valor executado, 659.146.998 escudos, não passou os 50 por cento (%) conforme sublinhou, mas mesmo assim considera como sendo “uma boa execução”, ressaltando o facto de na área social conseguirem alcançar quase 90%, mas também uma taxa favorável nas áreas de infraestruturas e cultura.

“É preciso entender que continuaram com resquícios de crise, continuaram as consequências da guerra na Ucrânia”, indicou, salientando que esses factores fizeram com que todos os investimentos que a câmara poderia fazer sofreram alguns atrasos.

Mas, realçou que o município se encontra em plena infraestruturação e neste momento das festividades do 23º aniversário da cidade a autarquia vai colocar algumas das infraestruturas à disposição das pessoas. 

O líder da bancada do MpD, Silvino Robalo, disse que a apreciação da bancada é positiva, tendo em conta a conjuntura internacional e nacional vivida em 2023 e que ainda vive.

Sendo assim, evidenciou que a câmara, mesmo nesta situação, conseguiu com a retoma da economia realizar várias actividade e que ainda existem outras em curso, enaltecendo o facto de a câmara ter priorizada ações mais centralizadas nas pessoas do que infraestruturas.

“A câmara teve uma excelente prestação, pese embora queríamos mais”, reconheceu, justificando que existem factores que não dependem nem da autarquia e nem do Governo e nesta situação, a equipa camarária “soube priorizar acções em detrimento de obras”. 

Já o líder da bancada do PAICV, António Martins, avançou que a bancada faz uma apreciação negativa do relatório e da conta gerência da câmara municipal, realçando que a autarquia só executou 49% dos 100% orçados, uma taxa que considerou “muito baixa”.

A mesma fonte sustentou ainda que nos últimos tempos ocorreu alguma disputa interna entre a presidente e outros vereadores no sentido de quem poderia liderar a lista [para as autárquicas previstas para o final deste ano] e diz entender que essa questão “atrapalhou o desenvolvimento do município”. 

António Martins deixou patente que para a bancada o ideal deveria ser pelo menos de 65% de execução, porque 49% é negativo em todos os aspectos, salientando que os outros municípios na região estão a ultrapassar o município de Santa Catarina.

E o líder do SAT, João Correia, disse não ser contra os instrumentos, ressaltando que a conjuntura política não é a das melhores, mas também algumas questões de fricções que ocorreram na câmara municipal.

Enalteceu o facto de a equipa camarária não ter fragilizada e ter mostrada “um rosto humanos”, pois, sublinhou, “não realizou obras técnicas, mas as questões humanas foram levadas ao cabo”, considerando que a equipa realizou o que conseguiu e esta taxa de execução pode ser visto como um desafio para os outros anos.

MC/CP

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