Primeiro-Ministro defende implementação de políticas de protecção laboral e integração económica dos imigrantes
SOURCE: [Inforpress]
Cidade da Praia, 10 Mai (Inforpress) - O primeiro-ministro afirmou hoje que as complexidades do mundo com forte incidência nas questões ligadas ao fluxo migratório interpelam ao debate aberto entre os Estados, e defendeu a implementação de políticas de protecção laboral e integração económica dos imigrantes.
Ao presidir à abertura da conferência internacional sobre “Imigração em Cabo Verde: Cooperação e parcerias na promoção da integração de imigrantes” realizada na Universidade de Santiago, Ulisses Correia e Silva lembrou os dramas diários da morte, tráfico de pessoas e exploração dos imigrantes, apelando à adopção de políticas coordenadas e seguras.
Segundo o mesmo, com a Covid-19, foi possível tirar a lição de que com acções cooperativas assentes em responsabilidades globais partilhadas, os países podem vencer fenómenos que transcendem as suas fronteiras, reiterando que não há impacto global sem impacto social e político interno de cada País e sem políticas que sustentem este impacto.
De acordo com o primeiro-ministro, com o constante ataque à democracia em contexto de populismo, extremismo, e da chamada política quântica, o que, alertou, lança combustível para fogueiras da vulnerabilidade e exposição e descontrolo do fluxo imigratório.
“Esta complexidade que o mundo vive é preciso combater, discutir e debater abertamente a questão das migrações, no sentido de serem encontradas soluções eficazes dos fluxos migratórios e combate eficaz contra crimes e criminosos que se alimentam de negócios que colocam milhares de pessoas em perigo” sublinhou, defendendo a implementação de políticas de inclusão social e económica dessas pessoas.
“Nós aqui em Cabo Verde temos duas boas experiências, o acordo de parceria de mobilidade com a União Europeia e mais recentemente o acordo de mobilidade laboral com Portugal que é um bom exemplo de um acordo dirigido à protecção dos direitos daqueles que querem ir trabalhar em outro País” continuou.
Aliás, elencou, os direitos laborais, assistência médica e medicamentosa, condições de prática de salário são medidas que devem ser replicadas e estendidas a várias práticas do mundo.
O chefe do Executivo disse que cabe aos governos aderir a políticas de imigração transparente que regulam fluxos migratórios, protegem os direitos civis e laborais, integram económica e socialmente os imigrantes, considerando, entretanto “redundante” falar de portas escancaradas à imigração quando esta “não existe”.
A embaixadora da União Europeia em Cabo Verde, Carla Grijó, presente no evento afirmou que Cabo Verde não só revela interesse na melhoria da mobilidade dos próprios cidadãos como se reconhece como um País de acolhimento.
Carla Grijó disse que a parceria de mobilidade entre a União Europeia e Cabo Verde é mais abrangente e vai além da mobilização de vistos, tendo proposto retomar a prática de seguimento da parceria de mobilidade como um todo.
Esta conferência internacional integra o Projeto Coop4Int e conta com o apoio da União Europeia, contratualizado pelo International Centre for Migration Policy Development (ICMPD) através da Migration Partnership Facility.
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