O autarca falava aos jornalistas, numa reacção às investigações que decorrem na Câmara Municipal da Praia, depois de o Ministério Público ter emitido um mandado de busca não domiciliária, executado durante o período da manhã e início da tarde desta quinta-feira.

O presidente da câmara confirmou que decorrem investigações sobre dois processos que têm a ver com o relatório do Fundo do Turismo do ano de 2016 a 2020 e um outro que tem a ver com as denúncias feitas pelo inspector Renato Fernandes sobre gestão danosa e indícios de corrupção.

Neste caso, a Câmara Municipal da Praia está a ser investigada por crimes de falsificação de documentos públicos, recebimento indevido de vantagem, peculato, defraudação de interesses patrimoniais e abuso de poder, de acordo com o despacho do Ministério Público.

E perante estas acusações, Francisco Carvalho garante que durante a sua gestão à frente da câmara “não roubou nem cinco tostão”.

“Na câmara da Praia, na minha gestão, não tem corrupção que o MpD implementou ao longo de 12 anos, tem transparência porque nós definitivamente estamos apostando em uma nova forma de fazer política em Cabo Verde”, disse o autarca.

Francisco Carvalho diz estar tranquilo e sereno com essas investigações, alegando que podem encontrar irregularidades que são falhas em processos, mas roubo de dinheiro e corrupção não tem.

“Na nossa gestão não há corrupção, roubo, desvio de dinheiro, não tem gabinete dentro da câmara a vender terrenos”, sublinhou Francisco Carvalho, para quem diante destas acusações, as pessoas estão a confiar menos na política e em partidos políticos, e que no meio político “há muita corrupção”.

De referir que com base no despacho, a que a Inforpress teve acesso, o Ministério Público apresenta como suspeitos a secretaria municipal, Joselina Soares Carvalho, a vereadora das Infra-estruturas, Kyrha Hopffer Varela, o vereador da Cultura, Jorge Garcia, a coordenadora da Unidade de Gestão das Aquisições Públicas, Maria Varela, técnico superior Gilson Correia, o presidente da câmara da Praia, Francisco Carvalho, e empresa Construção Barreto, SA.

Essas averiguações visam a apreensão de documentos, papéis, dinheiro e quaisquer objectos ou instrumentos que sirvam de prova, relativo ao objecto de referidos autos, de acordo com o Ministério Público no seu despacho.

As buscas, segundo informações recolhidas no local, dizem respeito a processos de 2016 a 2024 e abrangem os sectores Secretariado Municipal, Direcção Financeira e Patrimonial e Administração Fiscal.