Jovens de Fajã d'Água reclamam falta de espaços para ocupação dos tempos livres e criticam degradação do polivalente local
SOURCE: [Brava News]
Em entrevista à nossa redação, vários jovens apontaram o polivalente como um dos poucos espaços de convivência da localidade, mas lamentaram profundamente o seu atual estado de abandono. Com o pavimento deteriorado, paredes descascadas, e a falta de equipamentos básicos, o local, que já foi o centro de várias actividades desportivas e culturais, encontra-se inativo, e os jovens não conseguem entender como a Câmara Municipal da Brava permitiu que a infraestrutura chegasse a esse ponto de degradação.
"Era um espaço importante para nós. Ali, jogávamos futebol, basquete, e até organizávamos festas e eventos culturais. Agora, com o estado em que se encontra, é impossível usá-lo. A Câmara já deveria ter tomado providências há muito tempo", desabafa Miguel, um jovem local de 21 anos.
O problema, no entanto, não se limita apenas ao polivalente. Os jovens relatam também a escassez de alternativas no que diz respeito a centros culturais, espaços de recreação e até mesmo locais para prática de actividades artísticas. A falta de opções faz com que muitos se sintam desmotivados e, em alguns casos, sem perspectivas para o futuro. "Não temos nenhum lugar onde possamos praticar desporto ou nos reunir de forma saudável. A maior parte dos jovens acaba se dispersando, muitos caem em atividades que não contribuem para o bem-estar da comunidade", acrescenta Sofia, estudante de 19 anos.
A preocupação é generalizada e reflete uma demanda por acções mais eficazes por parte das autoridades locais. "A Câmara não parece se importar com a juventude de Fajã d’Água. Enquanto isso, vemos outros locais da ilha recebendo investimentos e a gente aqui fica para trás. A juventude precisa de oportunidades, não de abandono", critica João, um dos representantes de um grupo de jovens locais que têm tentado mobilizar a comunidade para reivindicar melhorias.
O polivalente da Fajã d'Água foi, durante muitos anos, o centro de diversas atividades desportivas e culturais, atraindo jovens de diferentes idades e promovendo eventos que fortaleciam o espírito comunitário e o desenvolvimento social. No entanto, com o passar do tempo, a falta de manutenção e a ausência de investimento levaram ao seu declínio, culminando na atual situação de degradação. "É uma grande tristeza ver o que aconteceu com aquele espaço. Ele foi feito para o bem da comunidade, mas hoje é um reflexo do abandono que estamos vivendo", lamenta outra jovem que não quis se identificar, uma moradora da localidade.
A situação na Fajã d’Água reflete um problema maior que afeta várias localidades da ilha Brava, a falta de investimentos adequados em infraestruturas de lazer e cultura para os jovens. Sem opções de lazer e com poucas alternativas para o desenvolvimento de suas habilidades e talentos, muitos acabam se afastando das atividades construtivas, o que pode ter consequências negativas para o futuro de toda a comunidade.
A esperança é que, com um trabalho conjunto entre os jovens e as autoridades locais, espaços como o polivalente da Fajã d'Água possam ser revitalizados, proporcionando às novas gerações a oportunidade de crescer em um ambiente mais saudável e enriquecedor.