A China confirmou hoje a detenção de um cidadão sul-coreano por suspeita de espionagem, numa altura em que Pequim está cada mais vez mais apreensiva com eventuais ameaças à segurança nacional.

“O cidadão sul-coreano em questão foi detido pelas autoridades chinesas competentes por suspeita de espionagem”, confirmou Lin Jian, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa.

Os serviços competentes (...) deixaram inteiramente a cargo dos representantes da embaixada [sul-coreana] o cumprimento da sua missão consular”, sublinhou.

A China é um Estado de direito. Investiga e trata as atividades ilegais e criminosas em conformidade com a lei, protegendo simultaneamente os direitos das partes envolvidas”, apontou.

O porta-voz não deu pormenores sobre a identidade do indivíduo detido nem sobre as acusações de que é alvo.

As autoridades chinesas têm detido o homem de 50 anos desde o final de 2023, informou na segunda-feira a agência noticiosa sul-coreana Yonhap, citando fontes diplomáticas em Seul.

Segundo a Yonhap, trata-se do primeiro cidadão sul-coreano a ser alvo da nova legislação contraespionagem da China.

Na altura da sua detenção, o cidadão sul-coreano trabalhava para uma empresa de semicondutores na China e vivia na cidade de Hefei, no leste do país.

As autoridades chinesas suspeitavam que ele tivesse divulgado informações sensíveis sobre semicondutores, uma fonte de tensão frequente entre Pequim e os Estados Unidos.

A nova lei contraespionagem entrou em vigor na China em julho de 2023, aumentando significativamente a margem de manobra das autoridades contra o que consideram ser ameaças à segurança nacional.

A Semana com Lusa