O corpo de Odair foi transportado para o cemitério da Amadora, depois do velório e do serviço religioso que demorou cerca de 30 minutos, na Igreja da Buraca, numas cerimónias fúnebres que decorreram de forma serena e tranquila.

Algumas pessoas que foram ao cemitério da Amadora levaram flores e balões brancos, sendo que a polícia esteve presente, mas de forma discreta no local.

Quem também esteve presente no velório do Odair Moniz foi o presidente da Câmara Municipal da Amadora, Isaltino Morais, não por muito tempo, considerando que o momento era de os familiares despedirem-se do seu ente querido, motivo que fez com que o Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, não comparecesse.

Na tarde deste sábado, milhares saíram à rua e percorreram a Avenida da Liberdade, em Lisboa, pedindo justiça pelo Odair, na manifestação “Sem justiça não há paz”, convocada pelo Movimento Vida Justa, onde cabo-verdianos, portugueses e cidadãos de várias outras nacionalidades marcharam juntos pela paz.

Desde o sucedido na segunda-feira foram registados muitos protestos em diferentes bairros da Área Metropolitana de Lisboa, com registo de quatro autocarros, automóveis e caixotes de lixo incendiados, mas a madrugada e manhã deste domingo foram tranquilos.

O cabo-verdiano Odair Moniz, de 43 anos e natural da ilha de Santiago, deixou mulher e três filhos, que residia no bairro do Zambujal, Amadora, foi baleado por um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) na Cova da Moura, no mesmo município.