Ministro português da Defesa apela a um regresso à normalidade após uma semana de incidentes
SOURCE: [Radio France Internationale]
“O meu apelo é do retorno à normalidade. Já chega, sinceramente, de uma situação que não abona a favor de ninguém, que destrói equipamento que serve todos os dias as próprias pessoas que praticam estes actos, que assusta populações que querem ter condições para poder educar os seus filhos, ir trabalhar todos os dias, basicamente viver em normalidade”, apelou Nuno Melo à margem de um evento oficial na cidade da Guarda.
"Eu acho que a palavra que hoje temos que ter é de apelo a esse retorno à normalidade, sendo que no que tem que ver com a manutenção da ordem, as forças de segurança têm as competências e os meios para, no grau em que lhes seja pedido, actuarem", recordou ainda o governante ao ser questionado sobre a eventualidade de as forças armadas intervirem no caso de os desacatos continuarem.
Declarações proferidas no dia em que se realizaram duas manifestações simultâneas em Lisboa, uma convocada pelo movimento Vida Justa para reclamar justiça pela morte de Odair Moniz, outra realizada pelo Chega “em defesa da polícia”, que decorreram de forma “pacífica, em serenidade e com civismo”, segundo as autoridades.
Entretanto, neste domingo, realizaram-se na Igreja da Buraca, Amadora, arredores de Lisboa, as cerimónias fúnebres de Odair Moniz, na presença de dezenas de familiares e próximos que pediram à comunicação social para se manter distante do local.
Cidadão cabo-verdiano de 43 anos, pai de três filhos, morador do Bairro do Zambujal, na Amadora, Odair Moniz foi mortalmente baleado por um agente da PSP na noite de segunda-feira por um agente da PSP no Bairro Cova da Moura, perto da sua zona de residência.
De acordo com a PSP, cujo agente foi entretanto constituído arguido, Odair Moniz ter-se-á colocado "em fuga" depois de ver uma viatura policial e em seguida, ao ser abordado pelas forças da ordem “terá resistido à detenção e tentado agredi-las com recurso a arma branca”.
Uma versão dos factos contestada pela associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa que exigiram uma investigação “séria e isenta”.
Na sequência deste acontecimento, registaram-se tumultos na Amadora e noutros pontos da Área Metropolitana de Lisboa, com registo de actos de vandalismo contra veículos e equipamentos públicos. De acordo com as autoridades, duas dezenas de pessoas foram detidas e sete pessoas ficaram feridas, uma delas com gravidade.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro