Resenha crítica de dois artigos de opinião sobre a urgência de mudança em Cabo Verde
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Resenha crítica de dois artigos de opinião sobre a urgência de mudança em Cabo Verde

A conclusão que se extrai da leitura conjunta dos artigos é clara: os cabo-verdianos estão prontos para uma mudança. A insatisfação crescente com o governo atual, evidenciada pelos dados eleitorais e pelas vozes de descontentamento, sugere que a população está cada vez mais consciente da necessidade de um novo rumo. As eleições autárquicas de 1 de dezembro representam uma oportunidade crucial para que os cidadãos expressem sua vontade de mudança e reavaliem a confiança depositada no MpD.

Hoje, tive a oportunidade de analisar dois artigos brilhantes publicados no online Santiago Magazine, que me motivaram a elaborar esta resenha crítica no auge de uma manhã tranquila em Savannah. Esses artigos são de leitura recomendada, considerando a pertinência e atualidade dos temas tratados, revelando um quadro alarmante sobre o desempenho do governo de Ulisses Correia e Silva em Cabo Verde e evidenciando a necessidade urgente de uma mudança de governo. Ambos os autores convergem na avaliação de que a administração atual tem falhado em atender às necessidades básicas da população, resultando em um crescente descontentamento que se reflete nas urnas.

João Silvestre Alvarenga, em seu artigo “A Tesourada Tambarina”, apresenta dados contundentes sobre a queda do apoio ao Movimento para a Democracia (MpD) nas eleições de 2012 a 2020. O fato de que o MpD perdeu quase 11.000 votos na Praia, enquanto o eleitorado cresceu, é um indicativo claro de que a insatisfação com o governo de Ulisses Correia e Silva é generalizada. A derrota do candidato apoiado pelo MpD nas eleições presidenciais de 2021 e a previsão de uma nova derrota nas próximas eleições autárquicas apenas reforçam essa tendência. Alvarenga destaca que, enquanto a Câmara Municipal da Praia sob Francisco Carvalho apresenta resultados positivos, o governo central enfrenta uma reprovação de 60% dos eleitores, que acreditam que o país está sendo conduzido na direção errada.

Por outro lado, Adão Ramos Cardoso, em “Os cabo-verdianos não querem um governo ilusionista!”, critica a abordagem do governo em criar uma narrativa de progresso que não se traduz na realidade vivida pelos cidadãos. Cardoso enfatiza que, apesar das declarações otimistas sobre o crescimento econômico, a qualidade de vida dos cabo-verdianos tem se deteriorado, com problemas como desemprego e insegurança se tornando cada vez mais evidentes. A insensibilidade do governo em relação às dificuldades enfrentadas pela população, especialmente nas áreas de saúde, educação e segurança, é um tema recorrente em sua análise.

Ambos os autores concordam que a incompetência do governo de Ulisses Correia e Silva não pode ser ignorada. A incapacidade de resolver questões fundamentais como o acesso ao emprego e a segurança, além da negligência em setores essenciais como transporte e educação, coloca em xeque a legitimidade do governo. A greve dos professores, por exemplo, expõe o abismo entre a retórica governamental e a realidade enfrentada pelos profissionais da educação.

A conclusão que se extrai da leitura conjunta dos artigos é clara: os cabo-verdianos estão prontos para uma mudança. A insatisfação crescente com o governo atual, evidenciada pelos dados eleitorais e pelas vozes de descontentamento, sugere que a população está cada vez mais consciente da necessidade de um novo rumo. As eleições autárquicas de 1 de dezembro representam uma oportunidade crucial para que os cidadãos expressem sua vontade de mudança e reavaliem a confiança depositada no MpD. A análise crítica dos textos de Alvarenga e Cardoso revela um governo que, apesar de suas promessas, falhou em atender às expectativas da população. A urgência de uma mudança de governo em Cabo Verde é evidente, e a próxima eleição pode ser o momento decisivo para que os cabo-verdianos busquem um futuro mais promissor e responsável.

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