Por: Francisco Fragoso*

Em princípio, 

o ALFABETO que conhecemos presentemente nas línguas ocidentais derivaram de um ALFABETO cujo nascimento remonta a mais de 3 500 anos e que se denomina Proto-sinaîtico. 

Esta escrita é considerada como a primeira escrita alfabética,

conquanto puramente consonântica!

Esta Escrita foi descoberta pelo Egiptólogo inglês F. W. M. Petrie (1853-1942) em 1905 e data do século XIV-XV antes da Era Cristã. É em cima de um pequeno esfinge de gesso que foi descoberta no templo de HATHOR, na planície de Serabit-el-Khadem, na Península do Sinai onde situavam minas de turquesa, que Petrie descobriu esta ESCRITA! 

No célebre templo dedicado à HATHOR, a deusa principal das zonas mineiras do Sinai, Petrie descobriu um enorme número de inscrições das quais muitas eram homenagens à Deusa! A grande maioria eram escritas em Egípcio, entretanto algumas peças traziam textos (onze ao todo), numa escrita que continham “uma mescla de hieróglifos egípcios (. . .) conquanto nenhum vocábulo egípcio clássico pudesse ser lido”. Uma destas peças, a estatueta da esfinge, é particularmente interessante, visto que ela traz textos gravados em escrita egípcia ordinária e em escrita protossinaîtica!

Os textos em egípcio são escritos entre as patas e sobre o ombro direito, onde se pode ler “Amado d’Hathor”, dama da turquesa. Os textos em protossinaîtico estão gravados sobre o desenho da base, a direita e a esquerda

 do animal. Petrie não se encontrando em medida de oferecer a menor sugestão para ler esta escrita, fez, entretanto, algumas remarques assaz relevantes. Deduziu por exemplo, tendo em vista do número restrito de sinais a nova escrita era provavelmente alfabética e que sendo dado o contexto geográfico e histórico ela devia verdadeiramente transcrever a língua semítica dos “trabalhadores asiáticos” empregados pelos Egípcios. 

Estes “trabalhadores asiáticos”, segundo a hipótese mais provável, eram Hebreus instalados no Egito e principalmente trabalhadores ou escravos como nos o relatam a tradição bíblica e outras fontes históricas. 

Petrie datou o material de meados da XVIII dinastia, ou seja: -1400 aproximadamente. No que diz respeito a história comparada, esta datação é interessante, visto que ela coincide perfeitamente com o período bíblico da saída

 de Egito e, por conseguinte, do Evento da Revelação ao Sinai! 

Segundo W. V. Davies, a esfinge, segundo o estilo da escultura, dataria de um período mais antigo, com toda verosimilhança do fim do Império-Médio ou do segundo período intermediário. 

Prosseguindo:

Segundo Février três datações são a reter para estas inscrições 

protossinaîticas:

— na Época da XVIIIª dinastia, 1500 antes J.-C. (tese de Petrie e Grimme);

— XIIIª ou XIV dinastia, (tese de Sethe);

— XIIª dinastia, 1800 antes J.-C. (tese de Butin).

Février propõe uma data partilhada pela maioria dos investigadores do presente: aproximadamente 1 400 antes J.-C., ou seja a XVIII dinastia. A escrita protossinaîtica é constituída aproximadamente de trinta sinais distintos dos quais perto da metade possuem, de maneira clara, (pedido por empréstimo) a sua forma ao egípcio hieróglifo. 

Como os hieróglifos,

 os sinais estão ajustados quer em colunas horizontais,

  entretanto parecem, em geral ler-se de esquerda para direita. 

Enfim: não parece haver regra estrita no que diz respeito a direção na qual os sinais deviam ser dirigidos, entretanto no interior de um mesmo texto

 a orientação é uniforme! 

À suivre .  . .

OUTUBRO 2024

*MÉDICO & HUMANISTA

PUB

Adicionar um comentário

Faça o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *