São Filipe, 22 Out (Inforpress) – O candidato à presidência da câmara dos Mosteiros, Isidoro Gomes, defendeu que Mosteiros precisa de uma outra liderança e visão e que é sua responsabilidade escrever “um novo livro de história” para o município.

No acto da apresentação pública da candidatura do Movimento para a Democracia (MpD, poder) liderada por Isidoro Gomes (câmara) e Edimilson Vieira (assembleia), o mesmo se definiu como um candidato que vem “do povo e para o povo", conhecedor da realidade e que com uma nova liderança quer transformar o município.

Durante a apresentação pública, Isidoro Gomes esboçou as principais ideias da plataforma focada no desenvolvimento económico e social dos Mosteiros, “um dos cinco municípios mais pobres do país”, destacou desafios enfrentados pela juventude, o desemprego jovem, e recordou que no espaço de oito anos Mosteiros perdeu cerca de dois mil habitantes.

“Mosteiros não é pobre", declarou Isidoro Gomes, para quem o município carece de uma liderança com visão estratégica para alavancar seu potencial, especialmente no sector agrícola, pelo que propõe transformar Mosteiros no “maior polo agroalimentar de Cabo Verde”, com foco na produção, transformação, conservação e comercialização.

Defendeu a implementação de projectos de “grande porte” para atrair investimentos estrangeiros e da diáspora, como a valorização do café com alargamento das parcelas de cultivo e formação em técnicas avançadas para agricultores.

Isidoro Gomes apontou ainda a criação de trilhas turísticas, o desenvolvimento de um teleférico em Queimada Trás, passando por Cutelo Alto, Monte Velha e Fernão Gomes e com possibilidade de ligação a Chã das Caldeiras, e outro para acesso a Monte Sumbango, edificação de uma estatua de Cristo Rei no topo de Monte Sumbango.

Transformar Cutelo Alto no único campo de campismo de Cabo Verde, a pista do aeródromo num hipódromo moderno, recuperação da cidade de Igreja, elevação de Ribeira Ilhéu à categoria de vila, com serviços essenciais como banco, correios e saúde, reestruturação das unidades sanitárias de base e dos jardins de infância são outras propostas.

O candidato criticou a gestão actual e apontou que a falta de alternância no poder cria base para uma "ditadura" e destacou que é essencial a substituição do “grupinho que gere a câmara” por uma equipa "séria, competente e respeitada".

Com relação a asfaltagem iniciada pela actual administração, Isidoro Gomes disse que foi um projecto mal delineado e sem recurso e que por falta de “maturidade politica” não foi capaz de dialogar com o Governo para resolver o problema.

Acrescentou que o seu compromisso é resolver este problema para não só asfaltar de Achada Malva a Fajãzinha, mas ampliar o projecto de Relva até Atalaia

A implementação do projecto de orla marítima de Queimada Guincho com financiamento, projectar a orla marítima de Igreja até Corvo, transformar a vai de Laranjo numa das melhores avenidas do país, reabilitar estádio municipal e transformar o polivalente de Igreja num pavilhão coberto constam da lista de promessas de Isidoro Gomes.

O presidente do MpD, Ulisses Correia e Silva, que presidiu o acto de apresentação pública da candidatura, disse que Mosteiros precisa de um presidente com capacidade de liderança e de gestão, porque, explicitou, “governar não se resume apenas a conversas”, mas requer uma visão clara sobre o futuro e a capacidade de gerar recursos financeiros e humanos.

“Mosteiros precisam de um presidente de câmara que saiba liderado e realizado”, afirmou, destacando que a atual administração não tem conseguido atender às demandas da população e mostrou-se convicto de que o PAICV, partido que governa a câmara há 35 anos, vai perder as próximas eleições.

Ulisses Correia e Silva explicou que os Mosteiros precisam de uma nova visão para promover o desenvolvimento, melhorar a qualidade de vida e dinamizar a economia local e com o engajamento de cada cidadão é possível a alternância na câmara dos Mosteiros.

"O momento é de decisão", disse o líder do MpD ao defender que o município deve optar por uma nova liderança e criticou o facto de, após 35 anos de gestão contínua, a situação nos Mosteiros não ter mudado significativamente e que manter a continuidade por mais quatro anos não trará a transformação que a população espera.

"É hora de mudança", afirmou o presidente do MpD, que apelou os mosteirenses a escolher sem medo e sem condicionamentos e exercer de forma livre o direito a voto.

Ulisses Correia e Silva apontou os investimentos feitos pelo Governo e os recursos transferidos de 2017 a 2024 para justificar que Mosteiros não foi sufocado e que apesar dos recursos a equipa local não conseguiu aproveitar da melhor forma os recursos para desenvolver o município.

Quanto à questão da asfaltagem disse que não foi concluída porque foi transformada num "instrumento de combate político", mas garantiu que vai acontecer quando as regras forem respeitadas e as condições criadas e com Isidoro Gomes à frente da câmara.

A candidatura do Movimento para a Democracia (MpD) é liderada por Isidoro Gomes (câmara) e Edimilson Vieira (assembleia).

Isidoro Gomes é mestre em engenharia informática e de computadores e desempenhou várias funções e antes da sua candidatura exerceu o cargo de presidente do Conselho de Administração dos Correios de Cabo Verde.

JR/AA

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