Ribeira Grande, 21 out (Inforpress) – A falta de mão-de-obra na agricultura em Ribeira Grande, Santo Antão, está a provocar o abandono das terras, disse o presidente da câmara ribeira-grandense, Orlando Delgado, que propôs a modernização do sector para suprir as dificuldades.

Instado a pronunciar sobre o sector agrícola no município, o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Orlando Delgado, disse à Inforpress que muitos dos agricultores estão a abandonar as terras devido a escassez de mão-de-obra de modo que vincou a modernização e empresarialização do sector como alternativas para suprir o problema.

“Visitamos qualquer um dos vales e detectamos uma grande dificuldade de mão-de-obra em Ribeira Grande onde parte dos agricultores vêm abandonado as terras. É só vermos grande parte das terras de sequeiro que não são plantadas, em Santo Antão, porque há dificuldade de mão-de-obra”, constatou.

Segundo Orlando Delgado, o problema de escassez de mão-de-obra é derivado da perda de população da ilha de Santo Antão, porque muitas pessoas “vão à procura de outras oportunidades”.

Reconheceu que o Estado “não consegue assumir tudo” mas, sublinhou, as condições devem ser criadas para que os empresários possam ajudar na continuação do desenvolvimento do município.

“O problema está cada vez mais a agudizar, por isso é nosso entendimento que temos de avançar para o sistema da modernização, que permite a empresarialização do próprio sector agrícola e não funcionarmos de forma ‘Ad-hoc’ como funcionamos até aqui, desde os meus avós e dos meus pais”, precisou a mesma fonte.

Não obstante o cenário actual de perda de população, que está a afectar vários sectores, Orlando Delgado, que também é presidente da Associação dos Municípios de Santo Antão (AMSA), apresentou os resultados do Índice de Coesão Territorial a nível nacional que posicionou Santo Antão no terceiro lugar, a nível nacional o que demonstra que “são ganhos que mostram a capacidade de desenvolvimento e de visão pró-activa”.

Orlando Delgado sustentou ainda que apesar da conjuntura que impõe novas apostas continua convicto de que, quando houver oportunidades, muitos dos jovens vão regressar a Santo Antão.

EL/AA

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