O presidente do conselho de administração da Imobiliária, Fundiária e Habitat (IFH) assumiu que existem falhas no Condomínio Salinas da Boa Vista, mas afirmou que tentam corrigir constantemente as situações de pós-venda, após reclamações dos moradores.

José Martins informou que se deslocou à ilha da Boa Vista para sentir o pulsar e esclarecer a situação, após manifestações e pedidos dos condóminos no passado dia 09 de Outubro.

O mesmo indicou que todas as habitações do condomínio já foram transferidas e que cabe agora aos condóminos a organização e gestão dos espaços comuns.

Contudo, aclarou que desde a recepção provisória, em Fevereiro de 2017, até o passado mês de Agosto, a IFH sustentou um serviço de vigilância e segurança que superou os 11 mil contos.

José Martins destacou a reclamação sobre a gestão da rede de esgoto gerado “por uma bomba que deixou de funcionar”, pelo qual pediu desculpas pelo constrangimento, e disse que a IFH mantém e paga uma empresa contratada para fazer esse serviço de bombagem.

Apesar de haver entidades que deveriam responsabilizar-se pelo processo, já que “há muito tempo” tem tentado junto à câmara municipal e empresa Águas e Energia de Boa Vista (AEB) a responsabilização pela gestão da rede de esgotos desse e de outros condomínios da ilha.

“Não temos refletido esses custos para os condóminos, porque aguardamos que o processo seja tratado como deve ser, com uma taxa criada justa para ser paga, através das respetivas contas, para a gestão da rede de esgotes”, precisou José Martins.

Quanto aos problemas de pós-venda, José Martins assumiu que existem falhas, mas que tentam corrigir constantemente e vão verificar as situações actuais como infiltrações para um posicionamento, apesar de já terem feito a vistoria provisória e a definitiva (cinco anos) dos apartamentos.

Em relação aos alegados emails sem resposta, Martins disse que a IFH tem um sistema de reclamação que regista as situações de pós-venda, que desmaterializa as reclamações para ter o seguimento a nível da empresa, reclamações essas que, sintetizou, podem ser feitas no escritório da IFH da Boa Vista.

José Martins também indicou que as condições de financiamento, como os juros e o sistema de venda a prestações com reserva de propriedade, foram criadas para garantir o acesso à habitação para um maior número de pessoas.

E mesmo havendo expectativas dos moradores que compraram apartamentos e pagam ao longo do tempo, conforme explicou, não podem diminuir os custos que estão associados ao processo de financiamento, pois são necessários para garantir a sustentabilidade do projecto, com escritura pública e contratos de compra e venda realizados nesses termos.

O mesmo declarou que dos 280 apartamentos do condomínio, os 40 que foram arrendados recentemente a jovens ocorreu num sistema subsidiado pelo Governo, e é parte da missão a ilha ver se os mesmos poderão adquirir o apartamento num sistema de venda a prestações com reserva de propriedade.

O Condomínio Salinas enquadra-se no programa habitacional “Casa para Todos”, gerido pela IFH, que é uma sociedade anónima detida pelo Estado.

 

A Semana com Inforpress