A arte de transformar promessas velhas em novidades
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A arte de transformar promessas velhas em novidades

Tudo aponta que Jorge Santos – e este é um alerta para a Comissão Nacional de Eleições! – anda a utilizar recursos públicos e a sua posição no governo para influenciar a campanha eleitoral, violando o dever de neutralidade e imparcialidade conforme determina o Código Eleitoral. Anda ele e a maior parte dos ministros e serventuários colaterais (primeiro-ministro incluído), tal é o desespero que tomou as hostes ventoinha.

Já se lhe conhecia a característica principal, enquanto membro do governo: tem corrido mundo em turismo político, com as maiores mordomias, debitando vulgaridades e conversa fiada.

Não se lhe conhecia essa outra capacidade: transformar promessas velhas em novidades. Foi o que aconteceu na última quarta-feira, 14, durante uma visita a Santa Catarina. Mas, de certo modo, é a mesma conversa fiada por outros meios.

Uma reiterada promessa nunca cumprida

Num encontro em Ribeira da Barca, com pescadores e peixeiras, Jorge Santos foi enfático: “Estamos aqui para reforçar uma ligação de confiança com a comunidade e, a grande novidade que temos para Ribeira da Barca, é o porto de pesca”.

A novidade (que tresanda a velha) tem, contudo, um problema… desde 2016, essa é uma reiterada promessa do MpD nas campanhas eleitorais, figurando nos programas de governação local e central, mas nunca concretizada.

A construção do porto de Ribeira da Barca, sempre anunciada com a urgência de uma extrema necessidade, enfatizando-se que seria para breve, vai ser, segundo o ministro do Mar, uma realidade em 2025. Isto é, logo a seguir às eleições autárquicas. Jorge Santos avançou mesmo o orçamento: 600 mil contos, na linha do “há dinheiro que nunca mais acaba” do seu confrade Olavo.

Na mesma linha, o ministro salientou que as pescas são uma prioridade do seu ministério, reproduzindo promessas dos seus antecessores nunca concretizadas. Que vão ser criados meios de produção de gelo e conservação de pescado no mercado de Assomada e etecetera e tal…

Jorge Santos, reconhecido como uma “metralhadora falante” (o homem padece de patológica incontinência verbal), só não prometeu o céu na terra porque, apesar de tudo, é capaz de não ter perdido totalmente o sentido do ridículo.

Violando o Código Eleitoral

De todo o modo, é óbvio que as duas pastas que acumula (ministério das Comunidades e ministério do Mar) estão a ser bem utilizadas nas suas deslocações. Fora do país, tenta engajar os emigrantes para convencerem as famílias a votar nos candidatos ventoinha; no arquipélago, procura dar uma ajudinha aos candidatos locais.

E foi isso mesmo que encenou em Santa Catarina, já que o pobre indigente intelectual que encabeça a lista ventoinha não descola nas intenções de voto.

Tudo aponta que Jorge Santos – e este é um alerta para a Comissão Nacional de Eleições! – anda a utilizar recursos públicos e a sua posição no governo para influenciar a campanha eleitoral, violando o dever de neutralidade e imparcialidade conforme determina o Código Eleitoral.

Anda ele e a maior parte dos ministros e serventuários colaterais (primeiro-ministro incluído), tal é o desespero que tomou as hostes ventoinha.

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